COMPRESSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTO EXERCICIO COM GABARITO COMENTADO..
TEXTO I
Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna…Não há
calendário para a saudade.
(Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil)
1) Segundo o texto, a saudade:
a) aumenta a cada ano.
b) é maior no primeiro ano.
c) é maior na data do falecimento.
d) é constante.
e) incomoda muito.
2) A segunda oração do texto tem um claro valor:
a) concessivo
b) temporal
c) causal
d) condicional
e) proporcional
3) A repetição da palavra não exprime:
a) dúvida
b) convicção
c) tristeza
d) confiança
e) esperança
4) A figura que consiste na repetição de uma palavra no início de cada
membro da frase, como no caso da palavra não, chama-se:
a) anáfora
b) silepse
c) sinestesia
d) pleonasmo
e) metonímia
TEXTO II
Passei a vida atrás de eleitores e agora busco os leitores.
(José Sarney, na Veja, dez/97)
5) Deduz-se pelo texto uma mudança na vida:
a) esportiva
b) intelectual
c) profissional
d) sentimental
e) religiosa
6) O autor do texto sugere estar passando de:
a) escritor a político
b) político a jornalista
c) político a romancista
d) senador a escritor
e) político a escritor
7) Infere-se do texto que a atividade inicial do autor foi:
a) agradável
b) duradoura
c) simples
d) honesta
e) coerente
8) O trecho que justifica a resposta ao item anterior é:
a) e agora
b) os leitores
c) passei a vida
d) atrás de eleitores
e) busco
9) A palavra ou expressão que não pode substituir o termo agora é:
a) no momento
b) ora
c) presentemente
d) neste instante
e) recentemente
TEXTO III
Os animais que eu treino não são obrigados a fazer o que vai contra a
natureza deles.
(Gilberto Miranda, na Folha de São
Paulo, 23/2/96)
10) O sentimento que melhor define a posição do autor perante os
animais é:
a) fé
b) respeito
c) solidariedade
d) amor
e) tolerância
11) O autor do texto é:
a) um treinador atento
b) um adestrador frio
c) um treinador qualificado
d) um adestrador consciente
e) um adestrador filantropo
12) Segundo o texto, os animais:
a) são obrigados a todo tipo de treinamento.
b) fazem o que não lhes permite a natureza.
c) não fazem o que lhes permite a natureza.
d) não são objeto de qualquer preocupação para o autor.
e) são treinados dentro de determinados limites.
TEXTO IV
Estou com saudade de ficar bom. Escrever é consequência natural.
(Jorge Amado, na Folha de São Paulo,
22/10/96)
13) Segundo o texto:
a) o autor esteve doente e voltou a escrever.
b) o autor está doente e continua escrevendo.
c) O autor não escreve porque está doente.
d) o autor está doente porque não escreve.
e) o autor ficou bom, mas não voltou a escrever.
14) O autor na verdade tem saudade:
a) de trabalhar
b) da saúde
c) de conversar
d) de escrever
e) da doença
15) “Escrever é consequência natural.” Consequência de:
a) voltar a trabalhar.
b) recuperar a saúde.
c) ter ficado muito tempo doente.
d) estar enfermo.
e) ter saúde.
TEXTO V
A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer
um, no mundo todo.
(Américo Barbosa, na Folha de São
Paulo)
16) No texto, o autor compara:
a) Deus e internet
b) Deus e mundo todo
c) internet e qualquer um
d) mente e internet
e) mente e qualquer um
17) O que justifica a comparação do texto é:
a) a modernidade da informática
b) a bondade de Deus
c) a acessibilidade da mente de Deus e da internet
d) a globalização das comunicações
e) O desejo que todos têm de se comunicar com o mundo.
18) O conectivo comparativo presente no texto só não pode ser
substituído por:
a) tal qual
b) que nem
c) qual
d) para
e) feito
19) Só não constitui paráfrase do texto:
a) A mente de Deus, bem como a internet, pode ser acessada por qualquer
um, no mundo todo.
b) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet.
c) A mente de Deus pode ser acessada, no mundo todo, por qualquer um, da
mesma forma que a internet.
d) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo
todo, por qualquer um.
e) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a
internet.
TEXTO VI
Marx disse que Deus é o ópio do povo. Já sabemos que não entendia nem de
Deus nem de ópio. Deus é uma experiência de fé. Impossível defini-lo.
(Paulo Coelho, em O Globo, 25/2/96)
20) Segundo o período inicial do texto, para Marx Deus:
a) traz imensa alegria ao povo.
b) esclarece o povo.
c) deixa o povo frustrado.
d) conduz com segurança o povo.
e) tira do povo a condição de raciocinar.
21) Segundo o autor, Marx:
a) mentiu deliberadamente.
b) foi feliz com suas palavras.
c) falou sobre o que não sabia.
d) equivocou-se em parte.
e) estava coberto de razão, mas não foi compreendido.
22) O sentimento que Marx teria demonstrado e que justifica a resposta
ao item anterior é:
a) leviandade
b) orgulho
c) maldade
d) ganância
e) egoísmo
23) Infere-se do texto que Deus deve ser:
a) amado
b) conceituado
c) admirado
d) sentido
e) estudado
24) A palavra que justifica o item anterior é:
a) ópio
b) Io
c) fé
d) povo
e) experiência
25) A figura de linguagem presente no primeiro período é:
a) metáfora
b) metonímia
c) prosopopéia
d) pleonasmo
e) hipérbole
26) A palavra que poderia ter sido grafada com letra maiúscula é:
a) ópio
b) povo
c) experiência
d) fé
e) lo
TEXTO VII
Quando vim da minha terra, não vim, perdi-me no espaço, na ilusão de ter
saído.
Ai de mim, nunca saí.
(Carlos D. de Andrade, no poema A
Ilusão do Migrante)
27) O sentimento predominante no texto é:
a) orgulho
b) saudade
c) fé
d) esperança
e) ansiedade
28) Infere-se do texto que o autor:
a) não saiu de sua terra.
b) não queria sair de sua terra, mas foi obrigado.
c) logo esqueceu sua terra.
d) saiu de sua terra apenas fisicamente.
e) pretende voltar logo para sua terra.
29) Por “perdi-me no espaço” pode-se entender que o autor:
a) ficou perdido na nova terra.
b) ficou confuso.
c) não gostou da nova terra.
d) perdeu, momentaneamente, o sentimento por sua terra natal.
e) aborreceu-se com a nova situação.
30) Pelo último período do texto, deduz-se que:
a) ele continuou ligado à sua terra.
b) ele vai voltar à sua terra.
c) ele gostaria de deixar sua cidade, mas nunca conseguiu.
d) ele se alegra por não ter saído.
e) ele nunca saiu da terra onde vive atualmente.
31) A expressão “ai de mim” só não sugere, no poema:
a) amargura
b) decepção
c) tristeza
d) vergonha
e) nostalgia
TEXTO VIII
Enquanto o Titanic ainda flutua, tentemos o impossível para mudar o seu
curso. Afinal, quem faz a história são as pessoas e não o contrário.
(Herbert de Souza, na Folha de São
Paulo, 17/11/96)
32) Infere-se do texto que o Titanic:
a) é um navio real.
b) simboliza algo que vai mal.
c) é um navio imaginário.
d) simboliza esperança de salvação.
e) sintetiza todas as tragédias humanas.
33) Pelo visto, o autor não acredita em:
a) transformação
b) elogio
c) desgraça
d) favorecimento
e) determinismo
34) A palavra “afinal” pode ser substituída, sem alteração de sentido,
por:
a) conquanto
b) porquanto
c) malgrado
d) enquanto
e) apenas
35) Infere-se do texto que:
a) há coisas que não podem ser mudadas.
b) se tentarmos, conseguiremos.
c) o que parece impossível sempre o é.
d) jamais podemos desistir.
e) alguns têm a capacidade de modificar as coisas, outros não.
36) Para o autor, as pessoas não devem:
a) exagerar
b) falhar
c) desanimar
d) lamentar-se
e) fugir
TEXTO IX
A função do artista é esta, meter a mão nessa coisa essencial do ser
humano, que é o sonho e a esperança. Preciso ter essa ilusão: a de que estou
resgatando esses valores.
(Marieta Severo, na Folha de São Paulo)
37) Segundo o texto, o artista:
a) leva alegria às pessoas.
b) valoriza o sonho das pessoas pobres.
c) desperta as pessoas para a realidade da vida.
d) não tem qualquer influência na vida das pessoas.
e) trabalha o íntimo das pessoas.
38) Segundo o texto:
a) o sonho vale mais que a esperança.
b) o sonho vale menos que a esperança.
c) sonho e esperança têm relativa importância para as pessoas.
d) não se vive sem sonho e esperança.
e) têm importância capital para as pessoas tanto o sonho quanto a
esperança.
39) A palavra ou expressão que justifica a resposta do item anterior é:
a) ilusão
b) meter a mão
c) essencial
d) ser humano
e) valores
40) A expressão “meter a mão”:
a) pertence ao linguajar culto.
b) pode ser substituída, sem alteração de sentido, por intrometer-se.
c) tem valor pejorativo.
d) é coloquial e significa, no texto, tocar.
e) é um erro que deveria ter sido evitado.
41) Só não se encontra no texto:
a) a influência dos artistas
b) a necessidade da autora
c) a recuperação de coisas importantes
d) a conquista da paz
e) a carência de sentimentos das pessoas
42) A palavra “esses” poderia ser substituída, sem alteração de sentido,
por:
a) bons
b) certos
c) tais
d) outros
e) muitos
TEXTO X
Um prêmio chamado Sharp, ou Shell, Deus me livre! Não quero. Acho esses
nomes feios. Não recebo prêmios de empresas ligadas a grupos multinacionais.
Não sou traidor do meu povo nem estou à venda.
(Ariano Suassuna, na Veja, 3/7/96)
43) A palavra que melhor define o autor do texto é:
a) megalomaníaco
b) revoltado
c) narcisista
d) nacionalista
e) decepcionado
44) Se aceitasse algum tipo de prêmio de empresas multinacionais, o
autor, além de traidor, se sentiria:
a) infiel
b) venal
c) pusilânime
d) ingrato
e) ímprobo
45) O autor não recebe prêmios de empresas multinacionais porque:
a) seus nomes são feios.
b) estaria prestando um desserviço ao Brasil.
c) detesta qualquer empresa que não seja brasileira
d) esses prêmios não têm valor algum.
e) não quer ficar devendo favores a esse tipo de empresa.
46) O último período do texto tem claro valor:
a) causal
b) temporal
c) condicional
d) comparativo
e) proporcional
47) A expressão “Deus me livre!” demonstra, antes de tudo:
a) revolta
b) desprezo
c) ironia
d) certeza
e) ira
TEXTO XI
Inserto entre o 16° e o 18°, o século XVII permanece em meia luz, quase
apagado, nos fastos do Rio de Janeiro, sem que sobre esse período se detenha a
atenção dos historiadores, sem que o distingam os que se deixam fascinar pelos
aspectos brilhantes da história.
(Vivaldo Coaracy, in O Rio de Janeiro)
48) Segundo o texto, o século XVII:
a) chamou a atenção dos historiadores por ser meio apagado.
b) foi uma parte brilhante da história do Rio de Janeiro.
c) assemelha-se aos séculos XVI e XVIII.
d) foi importante, culturalmente, para o Rio de Janeiro.
e) transcorreu sem brilho, para o Rio de Janeiro.
49) A palavra ou expressão que pode substituir sem prejuízo do sentido a
palavra “fastos” é:
a) anais
b) círculos culturais
c) círculos políticos
d) administração
e) imprensa
50) A expressão “quase apagada”:
a) retifica a palavra meia-luz.
b) complementa a palavra meia-luz.
c) reforça a palavra meia-luz.
d) explica a palavra meia-luz.
e) amplia a palavra meia-luz.
51) Infere-se do texto que:
a) os historiadores detestaram o século XVII.
b) os mais belos momentos da história encantam certas pessoas.
c) o século XVI foi tão importante quanto o século XVIII.
d) a história do Rio de Janeiro está repleta de coisas interessantes.
e) os historiadores se interessam menos pelos séculos XVI e XVIII do que
pelo século XVII.
TEXTO XII
Acho que foi uma premonição, uma vez que ele já tinha declarado que “A
Fraternidade é Vermelha” seria seu último filme. Foi o cineasta contemporâneo
que conseguiu chegar mais perto do conceito de Deus. Poderia ter feito muito
mais filmes, mas foi vítima do totalitarismo socialista.
(Leon Cakoff, no Jornal da Tarde,
14/13/96)
52) O totalitarismo socialista:
a) atrapalhou a carreira do cineasta.
b) manteve-se alheio à carreira do cineasta.
c) interrompeu a carreira do cineasta.
d) incentivou a carreira do cineasta.
e) fiscalizou a carreira do cineasta.
53) “A Fraternidade é Vermelha”:
a) foi um filme de repercussão nos meios religiosos.
b) foi o primeiro filme de sucesso do cineasta.
c) não abordava o assunto Deus.
d) foi o melhor filme do cineasta.
e) foi o último filme do cineasta.
54) Provavelmente, o cineasta:
a) agradou, por ser materialista.
b) agradou por falar de Deus.
c) desagradou por falar de Deus.
d) desagradou por não falar de Deus.
e) não sabia nada sobre Deus.
55) Levando-se em conta o caráter materialista usualmente atribuído aos
socialistas, o título do filme seria, em princípio:
a) uma redundância
b) uma ambiguidade
c) um paradoxo
d) uma qualificação
e) uma incoerência
56) A palavra “premonição” se justifica porque:
a) seu filme foi um sucesso.
b) o cineasta falava de Deus.
c) o cineasta não quis fazer mais filmes.
d) a “Fraternidade é Vermelha” foi seu último filme.
e) o cineasta foi vítima do totalitarismo socialista.
57) A palavra “Vermelha” equivale no texto a:
a) totalitária
b) comunista
c) socialista
d) materialista
e) espiritualista
58) O conectivo que não poderia substituir “uma vez que” no texto é:
a) porque
b) pois
c) já que
d) porquanto
e) se bem que
TEXTO XIII
Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano; por isso
é preciso fazer uma estruturação dos canteiros a fim de manter-se o equilíbrio
das plantações. Com o sistema indicado, não faltarão verduras durante todo ano,
sejam folhas, legumes ou tubérculos.
(Irineu Fabichak, in Horticultura ao
Alcance de Todos)
59) Segundo o texto:
a) todas as plantas hortícolas não se dão bem durante todo o ano.
b) todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.
c) todas as plantas hortícolas se dão mal durante todo o ano.
d) algumas plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.
e) nenhuma planta hortícola se dá mal durante todo o ano.
60) Para manter o equilíbrio das plantações é necessário:
a) estruturar de maneira mais lógica e racional os canteiros.
b) fazer mais canteiros, mas ordenando-os de maneira lógica e racional.
c) fazer o plantio em épocas diferentes.
d) construir canteiros emparelhados.
e) manter sempre limpos os canteiros
61) A conjunção “por isso” só não pode ser substituída por:
a) portanto
b) logo
c) então
d) porque
e) assim
62) Segundo o último parágrafo do texto:
a) tubérculos não são verduras.
b) legumes são o mesmo que tubérculos.
c) folhas, legumes e tubérculos são a mesma coisa.
d) haverá verduras o ano todo, inclusive folhas, legumes e tubérculos.
e) haverá folhas, legumes e tubérculos o ano todo.
TEXTO XIV
Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do país,
está negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária
brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas
duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o
anúncio dessa união – resultando numa espécie de AmBev dos panetones – melindre
os varejistas.
(Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99)
63) As duas empresas de que fala o texto são:
a) Bauducco e Visagis
b) Visconti e Visagis
c) AmBev e Bauducco
d) Bauducco e Visconti
e) Visagis e AmBev
64) A aproximação do Natal é a causa:
a) da compra da Visconti
b) do sigilo do negócio
c) do negócio da Bauducco
d) do melindre dos varejistas
e) do anúncio da união
65) Uma outra causa para esse fato seria:
a) a primeira colocação da Bauducco na fabricação de panetones
b) o fato de a Visconti ser uma multinacional
c) o fato de a AmBev entrar no mercado de panetones
d) o possível melindre dos varejistas
e) o fato de a Visconti ser concorrente da Bauducco
66) Por “aquisição à vista” entende-se, no texto:
a) que a negociação é provável.
b) que a negociação está distante, mas vai acontecer.
c) que o pagamento da negociação será feito em uma única parcela.
d) que a negociação dificilmente ocorrerá.
e) que a negociação está próxima.
TEXTO XV
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, disse adeus ao brilhar das
açucenas em ter da vida alevantado o véu.
– Rosa tocada do cruel granizo Cedo finou-se e no infantil sorriso
passou do berço pra brincar no céu!
(Casimiro de Abreu, in Primaveras)
67) O tema do texto é:
a) a inocência de uma criança
b) o nascimento de uma criança
c) o sofrimento pela morte de uma criança
d) o apego do autor por uma certa criança
e) a morte de uma criança
68) O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida
como:
a) prosopopéia
b) hipérbole
c) pleonasmo
d) metonímia
e) eufemismo
69) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo
semântico as palavras:
a) aurora e véu
b) anjo e rosa
c) granizo e sorriso
d) berço e céu
e) cruel e infantil
70) As palavras que respondem ao item anterior são:
a) uma antítese em relação à vida
b) hipérboles referentes ao destino
c) personificações alusivas à morte
d) metáforas relativas à criança
e) pleonasmos com relação à dor.
71) Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido
b) sem ter morrido cedo
c) sem ter conhecido bem a vida
d) sem viver misteriosamente
e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas
72) “Na aurora apenas” é o mesmo que:
a) somente pela manhã
b) no limiar somente
c) apenas na alegria
d) só na tristeza
e) só no final
TEXTO XVI
Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no
Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da
elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a
ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos
outros países ou diplomatas que conheço.
(José Ramos-Horta, na Folha de São
Paulo, 21/10/96)
73) Só não caracteriza os homens do Itamaraty:
a) o pragmatismo
b) a falta de sensibilidade
c) a luta contra a ditadura
d) a tranquilidade da vida
e) as raízes na elite do Brasil
74) A palavra que não se liga semanticamente aos homens do Itamaraty é:
a) o segundo que
b) tiveram
c) vêm
d) eles
e) o terceiro que
75) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem
mais:
a) inteligência
b patriotismo
c) vivência
d) coerência
e) grandeza
76) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de:
a) consequência
b) causa
c) comparação
d) condição
e) tempo
77) A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, a palavra
“obviamente”, é:
a) necessariamente
b) realmente
c) justificadamente
d) evidentemente
e) comprovadamente
78) Só não pode ser inferido do texto:
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático.
b) ter lutado contra o colonialismo é importante para a carreira de
diplomata.
c) Nem todo diplomata vem da elite brasileira.
d) ter vida fácil é característica comum a todo tipo de diplomata.
e) há diplomatas mais sensíveis que outros.
TEXTO XVII
Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do
Brasil, havemos de convir em que no Brasil-colônia, essencialmente rural, com a
ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades – simples
pontos de comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer
maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle
normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”.
(Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e
a Realidade Brasileira)
79) Segundo o texto, os historiadores:
a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia.
b) consideram as cidades do Brasil-colônia como simples pontos de
comércio ou de festividades religiosas.
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente rural.
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava.
e) consideram o campo mais importante que as cidades.
80) Para o autor:
a) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua
falada.
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida do campo sobre a das
cidades.
c) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio.
d) a evolução da língua falada independe da condição de Brasilcolônia.
e) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.
81) A palavra “ojeriza” significa, no texto:
a) medo
b) admiração
c) aversão
d) dificuldade
e) angústia
82) A língua falada “voou com as suas próprias asas” porque:
a) as cidades eram pontos de festividades religiosas.
b) o Brasil se distanciava linguisticamente de Portugal.
c) faltavam universidades nos centros urbanos.
d) não se seguiam normas linguísticas.
e) durante séculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil
uma colônia portuguesa.
83) Segundo o texto, a população do Brasil-colônia:
a) à vida do campo preferia a da cidade.
b) à vida da cidade preferia a do campo.
c) não tinha preferência quanto à vida do campo ou à da cidade.
d) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se à situação.
e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.
TEXTO XVIII
Ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles, mas
a Andrade Gutierrez já tem pronto um estudo sobre a sucessão de 20 de seus
principais executivos, quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus
substitutos serão escolhidos entre 200 integrantes de um time de aspirantes.
Eduardo Andrade, o atual superintendente, que já integra o conselho de
administração da empreiteira mineira, deverá ir se afastando aos poucos do
dia-a-dia dos negócios. Para os outros executivos, que deverão ser aproveitados
como consultores, a aposentadoria chegará a médio prazo.
(José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
84) Se começarmos o primeiro período do texto por “A Andrade Gutierrez
já tem pronto…”, teremos, como sequência coesa e coerente:
a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior
parte deles.
b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte
deles.
c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte
deles.
d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte
deles.
e) à medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior
parte deles.
85) Segundo o texto:
a) 20 grandes executivos da empresa se aposentarão a médio prazo.
b) 20 grandes executivos da empresa acham-se na faixa entre 58 e 62
anos.
c) nenhum dos 20 grandes executivos se aposentará a curto prazo.
d) Eduardo Andrade é um executivo na faixa dos 58 a 62 anos.
e) a empresa vai substituir seus vinte principais executivos a curto e
médio prazos.
86) A empresa, no que toca à aposentadoria de seus executivos,
mostra-se:
a) precipitada
b) cautelosa
c) previdente
d) rígida
e) inflexível
87) Sobre o executivo Eduardo Andrade, não se pode afirmar:
a) ocupa, no momento, a superintendência.
b) é um dos conselheiros.
c) será substituído por um dos 200 aspirantes.
d) está se afastando dos negócios da empresa.
e) será o primeiro dos 20 grandes executivos a se aposentar.
88) Sobre a Andrade Gutierrez, não é correto afirmar:
a) é empresa de obras.
b) é do estado de Minas Gerais.
c) preocupa-se com seus funcionários.
d) mantém-se alheia a qualquer tipo de renovação.
e) procura manter vínculo com executivos aposentados.
TEXTO XIX
Toda saudade é a presença da ausência de alguém, de algum lugar, de algo
enfim.
Súbito o não toma forma de sim como se a escuridão se pusesse a luzir.
Da própria ausência de luz o clarão se produz, o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente que veda e ao mesmo tempo traz a
visão 10 do que não se pode ver porque se deixou pra trás mas que se guardou no
coração.
(Gilberto Gil)
89) Por “presença da ausência” pode-se entender:
a) ausência difícil
b) ausência amarga
c) ausência sentida
d) ausência indiferente
e) ausência enriquecedora
90) Para o autor, a saudade é algo:
a) que leva ao desespero.
b) que só se suporta com fé.
c) que ninguém deseja.
d) que transmite coisas boas.
e) que ilude as pessoas.
91) O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de
palavras ou expressões de sentido contrário. O par de palavras ou expressões
que não apresentam no texto essa propriedade antitética é:
a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão
92) Segundo o texto:
a) sente-se saudade de pessoas, e não de coisas.
b) as coisas ruins podem transformar-se em coisas boas.
c) as coisas boas podem transformar-se em coisas ruins.
d) a saudade, como um capuz, não nos permite ver com clareza a situação
que vivemos.
e) a saudade, como um capuz, não nos deixa perceber coisas que ficaram
em nosso passado.
93) O que se guarda no coração é:
a) a saudade
b) o clarão
c) o que se deixou para traz
d) a visão
e) o que não se pode ver
TEXTO XX
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo
fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte.
Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me
levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um
autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a
segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que
também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença
radical entre este livro e o Pentateuco.
(Machado de Assis, in Memórias Póstumas
de Brás Cubas)
94) Pode-se afirmar, com base nas ideias do autor-personagem, que se
trata:
a) de um texto jornalístico
b) de um texto religioso
c) de um texto científico
d) de um texto autobiográfico
e) de um texto teatral
95) Para o autor-personagem, é menos comum:
a) começar um livro por seu nascimento.
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte.
c) começar um livro por sua morte.
d) não começar um livro por sua morte.
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte.
96) Deduz-se do texto que o autor-personagem:
a) está morrendo.
b) já morreu.
c) não quer morrer.
d) não vai morrer.
e) renasceu.
97) A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos:
a) escreveram livros.
b) se preocupam com a vida e a morte.
c) não foram compreendidos.
d) valorizam a morte.
e) falam sobre suas mortes.
98) A diferença capital entre o autor e Moisés é que:
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida.
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso.
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte.
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte.
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés.
99) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco:
a) não fala da morte de Moisés.
b) foi lido pelo autor do texto.
c) foi escrito por Moisés.
d) só fala da vida de Moisés.
e) serviu de modelo ao autor do texto.
100) Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para:
a) intróito
b) princípio
c) cabo
d) berço
e) fim
101) Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua):
a) conformismo diante da morte ;
b) tristeza por se sentir morto
c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação
d) otimismo quanto ao futuro literário
e) atividade apesar de estar morto
TEXTO XXI
Segunda maior produtora mundial de embalagem longa vida, a SIG
Combibloc, principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma
fábrica no Brasil. A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares
de faturamento do grupo, chegou ao país há dois anos disposta a brigar com a
líder global, Tetrapak, que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os
estudos para a implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam
para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito
atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de
atomatado Malloa, no Chile, e a italiana Cirio, no Brasil.
(Denise Brito, na Exame, dez./99)
102) Segundo o texto, a SIG Combibloc:
a) produz menos embalagem que a Tetrapak.
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul.
c) possui oito clientes no Brasil.
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil.
e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada
no país.
103) Segundo o texto:
a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul.
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado.
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2o lugar mundial na produção de
embalagem longa vida.
d) a Unilever é empresa chilena.
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo.
104) Os estudos apontam para o Sul porque:
a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida.
b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul.
c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v.
d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc.
e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora.
105) “…que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado.” Das
alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original
é:
a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado.
b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado.
c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais
mercados.
d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado.
e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado.
106) “…e apontam para o Sul do país…” O trecho destacado só não pode ser
entendido, no texto, como:
a) e indicam o Sul do pai
b) e recomendam o Sul do país
c) e incluem o Sul do país
d) e aconselham o Sul do país
e) e sugerem o Sul do país
TEXTO XXII
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator
obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores
da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria
extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do
gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que
exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades
menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem
vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
107) Segundo o autor, os antigos moradores da terra:
a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.
b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca.
c) não gostavam de atividades rotineiras.
d) não colaboraram com a indústria extrativa.
e) levavam uma vida sedentária.
108) “Trabalho acurado” é o mesmo que:
a) trabalho apressado
b) trabalho aprimorado
c) trabalho lento
d) trabalho especial
e) trabalho duro
109) Na expressão “tendência espontânea”, temos uma(a):
a) ambiguidade
b) cacofonia
c) neologismo
d) redundância
e) arcaísmo
110) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses
b) os negros
c) os índios
d) tanto os índios quanto os negros
e) a miscigenação de portugueses e índios
111) Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito (a):
a) disposição
b) responsabilidade
c) inteligência
d) paciência
e) orgulho
TEXTO XXIII
Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não conseguiram as
bandeiras realizar jamais a façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro.
Enquanto que aquelas, no desbravar, sacrificavam indígenas aos milhares,
despovoando sem fixarem-se, estes foram 5 pontilhando de
currais os desertos trilhados, catequizando o nativo para seus misteres,
detendo-se, enraizando-se. No primeiro caso era o ir-evoltar; no segundo, era o
ir-e-ficar. E assim foi o curral precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e
o lavrador, realizando uma obra de conquista dos altos sertões, exclusive a
pioneira.
(José Alípio Goulart, in Brasil do Boi)
112) Segundo o texto:
a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo
vaqueiro.
b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram.
c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos.
d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras
abriram o caminho.
e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram
fazer.
113) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que:
a) desbravaram
b) mataram
c) catequizaram
d) despovoaram
e) não se fixaram
114) Os índios foram:
a) maltratados
b) aviltados
c) expulsos
d) presos
e) massacrados
115) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e
o boi e o vaqueiro é:
a) aquelas / estes
b) ir-e-voltar / ir-e-ficar
c) no primeiro caso / no segundo
d) enquanto / e assim
e) despovoando / pontilhando
116) “…catequizando o nativo para seus misteres…” Das alterações feitas
na passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é:
a) doutrinando o indígena para seus misteres
b) catequizando o aborigine para suas atividades
c) evangelizando o nativo para seus ofícios
d) doutrinando o nativo para seus cuidados
e) catequizando o autóctone para suas tarefas
117) O elemento conector que pode substituir a preposição com, mantendo
o sentido e a coesão textual, é:
a) mesmo
b) não obstante
c) de
d) a respeito de
e) graças a
118) “…o aparato de suas hordas guerreiras…” sugere que as conquistas
dos bandeirantes ocorreram com:
a) organização e violência
b) rapidez e violência
c) técnica e profundidade
d) premeditação e segurança
e) demonstrações de racismo e violência
TEXTO XXIV
Você se lembra da Casas da Banha? Pois é, uma pesquisa mostra que mais
de 60% dos cariocas ainda se recordam daquela que foi uma das maiores redes de
supermercados do país, com 224 lojas e 20.000 funcionários, desaparecida no
início dos anos 90. Por isso, seus antigos 5donos, a família
Velloso, decidiram ressuscitá-la. Desta vez, porém, apenas virtualmente. Os
Velloso fizeram um acordo com a GW.Commerce, de Belo Horizonte, empresa que
desenvolve programas para supermercados virtuais. Em troca de uma remuneração
sobre o faturamento, A GW gerenciará as vendas para a família Velloso. A
família cuidará apenas das 10 compras e das entregas.
(José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
119) Segundo o texto, a família Velloso resolveu ressuscitar as Casas da
Banha porque:
a) a rede teve 224 lojas e 20.000 funcionários.
b) a rede foi desativada no início dos anos 90.
c) uma empresa do ramo de programas para supermercados propôs um acordo
vantajoso, em que a rede só entraria com as compras e as entregas.
d) mais da metade dos cariocas não esqueceram as Casas da Banha.
e) a rede funcionará apenas virtualmente.
120) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é:
a) Você…
b) desaparecida
c) Por isso
d) Desta vez
e) acordo
121) “Desta vez, porém, apenas virtualmente.”
Com a passagem destacada acima, entende-se que as Casas da Banha:
a) funcionarão virtualmente, ou seja, sem fins lucrativos.
b) não venderão produtos de supermercado.
c) estão associando-se a uma empresa de informática.
d) estão mudando de ramo.
e) não venderão mais seus produtos em lojas.
122) O pronome “la” não pode ser, semanticamente, associado a:
a) Casas da Banha
b) pesquisa
c) daquela
d) uma
e) desaparecida
TEXTO XXV
A fábrica brasileira da General Motors em Gravataí, no Rio Grande do
Sul, será usada como piloto para a implementação do novo modelo de negócios que
está sendo desenhado mundialmente pela montadora. A meta da GM é transformar-se
numa companhia totalmente 5 voltada para o comércio
eletrônico. A partir do ano 2000, a Internet passará a nortear todos os
negócios do grupo, envolvendo desde os fornecedores de autopeças até o
consumidor final. “A planta de Gravataí representa a imagem do futuro para toda
a GM”, afirma Mark Hogan, ex-presidente da filial brasileira e responsável pela
nova divisão e-GM.
(Lidia Rebouças, na Exame, dez./99)
123) Segundo o texto:
a) a GM é uma empresa brasileira instalada em Gravataí.
b) a montadora fez da fábrica brasileira de Gravataí um modelo para
todas as outras fábricas espalhadas pelo mundo.
c) no Rio Grande do Sul, a GM implementará um modelo de fábrica
semelhante ao que está sendo criado em outras partes do mundo.
d) a fábrica brasileira da GM vinha sendo usada de acordo com o modelo
mundial, mas a montadora pretende alterar esse quadro.
e) a GM vai utilizar a fábrica do Rio Grande do Sul como um protótipo do
que será feito em termos mundiais.
124) A opção que contraria as idéias contidas no texto é:
a) A GM vai modificar, a partir de 2000, a forma de fazer negócios.
b) Será grande a importância da Internet nos negócios da GM.
c) O consumidor final só poderá, a partir de 2000, negociar pela
Internet.
d) O comércio eletrônico está nos planos da GM para o ano 2000.
e) A fábrica brasileira é considerada padrão pelo seu ex-presidente.
125)Deduz-se, pelo texto, que a fábrica brasileira:
a) será norteada pela Internet.
b) terá seu funcionamento modificado para adaptar-se às
necessidades do mercado.
c) será transferida para Gravataí.
d) estará, a partir de 2000, parcialmente voltada para o comércio
eletrônico.
e) seguirá no mesmo ritmo de outras empresas da GM atualmente
funcionando no mundo.
126) Por “implementação”, pode-se entender:
a) complementação
b) suplementação
c) exposição
d) realização
e) facilitação
127) Segundo as idéias contidas no texto, a transformação que se propõe
a GM:
a) não tem apoio dos fornecedores.
b) tem apoio do consumidor final.
c) tem prazo estabelecido.
d) é inexequível.
e) não tem lugar marcado.
TEXTO XXVI
MAR PORTUGUÊS
Ó Mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram!
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar para que tu fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu!
(Fernando Pessoa, in Mensagem)
128) Segundo o poeta, o sofrimento do povo ocorreu:
a) apesar das conquistas portuguesas
b) em virtude das conquistas portuguesas v
c) para as conquistas portuguesas
d) antes das conquistas portuguesas
e) após as conquistas portuguesas
129) A metáfora existente nos dois primeiros versos do poema estabelece:
a) a força moral de Portugal
b) a incoerência do sofrimento diante das conquistas
c) a importância do sofrimento para que o povo deixe de sofrer
d) a profunda união entre as conquistas e o sofrimento do povo
e) a inutilidade das conquistas portuguesas
130) Além da metáfora, os dois primeiros versos contêm:
a) prosopopeia, epíteto de natureza, eufemismo
b) antítese, pleonasmo, eufemismo
c) apóstrofe, epíteto de natureza, metonímia
d) prosopopeia, pleonasmo, antítese
e) apóstrofe, hipérbole, sinestesia
131) “Quantos filhos em vão rezaram!” Com este verso, entendemos que:
a) o sofrimento do povo foi inútil.
b) o povo português da época era muito religioso.
c) muita gente perdeu entes queridos por causa das conquistas
portuguesas.
d) a força da fé contribuiu efetivamente para as conquistas do país.
e) a religiosidade do povo português era inútil.
132) As palavras que melhor definem o povo português, de acordo com as
idéias contidas no texto, são:
a) fé e competência
b) inteligência e maturidade
c) orgulho e religiosidade
d) perseverança e ambição
e) grandeza e tenacidade
133) Segundo o texto, para se ir sempre adiante é necessário:
a) crer no destino
b) aceitar a dor
c) viver com alegria
d) vencer o sofrimento
e) objetivar sempre o progresso
134) Por um processo anafórico, a palavra nele tem como referente no
texto:
a) Mar
b) Deus
c) perigo
d) abismo
e) céu
TEXTO XXVII
Vale recordar que foi nesse século (o XVIII) que apareceram e se
generalizaram em certas regiões do Brasil as famosas “tropas de muares” que,
daí por diante, até o fim do século XIX e mesmo nos anos transcorridos do séc.
XX, dividiram com os carros de bois as tarefas dos transportes por terra
no interior do Brasil. Nos caminho s rudimentares que então possuíamos,
transformados em lamaçais na estação das chuvas e no verão reduzidos a ásperas
trilhas, quase intransitáveis, foram os carros de bois e as tropas os únicos
meios e ligação dos núcleos de povoamento entre si e entre eles e as roças e
lavouras. De outra forma não se venceriam os obstáculos naturais.
(B. J. de Souza, in Ciclo)
135) Segundo o texto, os carros de bois:
a) transportavam sozinhos pessoas e mercadorias no interior do Brasil.
b) surgiram no século XVIII, juntamente com as tropas de muares.
c) sucederam as tropas de muares no transporte de pessoas e mercadorias.
d) só transportavam mercadorias.
e) eram úteis, como as tropas de muares, por causa do estado ruim dos
terrenos.
136) A estação das chuvas e o verão:
a) contribuíram para o desaparecimento dos carros de bois a partir do
século XX.
b) não tiveram influência no uso das tropas de muares, pois os caminhos
eram rudimentares.
c) foram fator determinante para o progresso do interior do Brasil.
d) contribuíram para a necessidade do uso de tropas de muares e de
carros de bois.
e) impediam a comunicação dos núcleos de povoamento entre si.
137) Os obstáculos naturais só foram vencidos:
a) por causa do clima
b) por causa da força do povo
c) porque nem sempre os caminhos se tornavam lamaçais
d) porque os núcleos de povoamento continuavam ligados às roças e às
lavouras
e) por causa da utilização das tropas de muares e dos carros de bois
138) As tropas de muares só não podem ser entendidas como tropas:
a) de cavalos
b) de mulos
c) de burros
d) de mus
e) de bestas
139) O transporte de que fala o texto só não deve ter sido, na época:
a) lento e penoso
b) difícil, mas necessário
c) duro e nostálgico
d) vagaroso e paciente
e) pachorrento, mas útil
TEXTO XXVIII
O liberalismo é uma teoria política e econômica que
exprime os anseios da burguesia. Surge em oposição ao absolutismo dos reis e à
teoria econômica do mercantilismo, defendendo os direitos da iniciativa privada
e restringindo o mais possível as atribuições do Estado.
Locke foi o primeiro teórico liberal. Presenciou na Inglaterra as lutas
pela deposição dos Stuarts, tendo se refugiado na Holanda por questões
políticas. De lá regressa quando, vitoriosa a Revolução de 1688, Guilherme de
Orange é chamado para consolidar a nova monarquia parlamentar inglesa.
(Maria Lúcia de Arruda Aranha, in
História da Educação)
140) Segundo o texto, Locke:
a) participou da deposição dos Stuarts.
b) tinha respeito pelo absolutismo.
c) teve participação apenas teórica no liberalismo.
d) julgava ser necessário restringir as atribuições do Estado.
e) não sofreu qualquer tipo de perseguição política.
141) Infere-se do texto que os burgueses seriam simpáticos:
a) ao absolutismo
b) ao liberalismo
c) às atribuições do Estado
d) à perseguição política de Locke
e) aos Stuarts
142) A Revolução de 1688 foi vitoriosa porque:
a) derrubou o absolutismo.
b) implantou o liberalismo.
c) preservou os direitos de iniciativa privada.
d) baseou-se nas idéias liberais de Locke.
e) permitiu que Locke voltasse da Holanda.
143) “…que exprime os anseios da burguesia.”. Das alterações feitas na
passagem acima, aquela que altera substancialmente seu sentido é:
a) a qual expressa os anseios da burguesia.
b) a qual exprime os desejos da burguesia.
c) que representa os anelos da burguesia.
d) que expressa os valores da burguesia.
e) que representa as ânsias da burguesia.
144) A teoria política do liberalismo se opunha:
a) a parte da burguesia
b) ao mercantilismo
c) à monarquia parlamentar
d) a Guilherme de Orange
e) ao absolutismo
145) Infere-se do texto que Guilherme de Orange:
a) não seria simpático aos burgueses.
b) teria ligações com os reis absolutistas.
c) teria idéias liberais.
d) não concordaria com Locke.
e) teria apoiado o exílio de Locke na Holanda.
TEXTO XXIX
BUROCRATAS CEGOS
A decisão, na sexta-feira, da juíza Adriana Barreto de Carvalho
Rizzotto, da 7ª Vara Federal do Rio, determinando que a Light e a Cerj também
paguem bônus aos consumidores de energia que reduziram o consumo entre 100 kWh
e 200 kWh fez justiça.
A liminar vale para todos os brasileiros. Quando o Governo se lançou
nessa difícil tarefa do racionamento, não contou com tamanha solidariedade dos
consumidores. Por isso, deixou essa questão dos bônus em suspenso. Preocupada
com os recursos que o Governo federal terá que desembolsar com os prêmios, a
Câmara de Gestão da Crise de Energia tem evitado encarar essa questão, muito
embora o próprio presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, já tenha
dito que o bônus será pago.
Decididamente, os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça
para poder ter a garantia desse direito. Infelizmente, o permanente desrespeito
ao contribuinte ainda faz parte da cultura dos burocratas brasileiros. Estão
constantemente preocupados em preservar a máquina do Estado. Jamais pensam na
sociedade e nos cidadãos. Agem como se logo mais na frente não precisassem da
população para vencer as barreiras de mais essa crise.
(Editorial de O Dia, 19/8/01)
146) De acordo com o texto:
a) a juíza expediu a liminar porque as companhias de energia elétrica se
negaram a pagar os bônus aos consumidores.
b) a liminar fez justiça a todos os tipos de consumidores.
c) a Light e a Cerj ficarão desobrigadas de pagar os bônus se o Governo
fizer a sua parte.
d) o excepcional retorno dado pelos consumidores de energia tomou de
surpresa o Governo.
e) o Governo pagará os bônus, desde que as companhias de energia
elétrica também o façam.
147) Só não se depreende do texto que:
a) os burocratas brasileiros desrespeitam sistematicamente o
contribuinte.
b) o governo não se preparou para o pagamento dos bônus.
c) o chefe do executivo federal garante que os consumidores receberão o
pagamento dos bônus.
d) a Câmara de Gestão está preocupada com os gastos que terá o Governo
com o pagamento dos bônus.
e) a única forma de os consumidores receberem o pagamento dos bônus é
apelando para a Justiça.
148) De acordo com o texto, a burocracia brasileira:
a) vem ultimamente desrespeitando o contribuinte.
b) sempre desrespeita o contribuinte.
c) jamais desrespeitou o contribuinte.
d) vai continuar desrespeitando o contribuinte.
e) deixará de desrespeitar o contribuinte.
149) A palavra que justifica a resposta ao item anterior é:
a) infelizmente
b) constantemente
c) cultura
d) jamais
e) permanente
150) Os burocratas brasileiros:
a) ignoram o passado.
b) não valorizam o presente.
c) subestimam o passado.
d) não pensam no futuro.
e) superestimam o futuro.
151) Pode-se afirmar, com base nas idéias do texto:
a) A Câmara de Gestão defende os interesses da Light e da Cerj.
b) O presidente da República espera poder pagar os bônus aos
consumidores.
c) Receber o pagamento dos bônus é um direito do contribuinte, desde que
tenha reduzido o consumo satisfatoriamente.
d) Os contribuintes não deveriam ter recorrido à Justiça, porque a
Câmara de Gestão garantiu o pagamento dos bônus.
e) A atuação dos burocratas brasileiros deixou a Câmara de Gestão
preocupada.
TEXTO XXX
É consenso entre os economistas que o setor automobilístico é o que
impulsiona a economia de qualquer país. QUATRO RODAS foi conferir e viu que os
números são espantosos. A começar pelo mercado de trabalho. Estima-se que um
emprego em uma fábrica de carros gera, indiretamente, 46 outros empregos. Por esse
cálculo, 5 milhões de brasileiros dependem, em maior ou menor grau, dessa
indústria. Até na construção civil a presença das rodas é enorme: 1 em cada 4
metros quadrados de espaço nas grandes cidades se destina a ruas ou
estacionamentos. Na ponta do lápis, o filão da economia relacionado
a automóveis movimentou, no ano passado, pelo menos 216 bilhões de
dólares. Como o PIB brasileiro, nesse período, foi de 803 bilhões de dólares (e
ainda não havia ocorrido a maxidesvalorização), cerca de 1 em cada 4 reais que
circularam no país andou sobre rodas em 1998.
(Quatro Rodas, março/99)
152) Segundo o texto, a economia de um país:
a) é ajudada pelo setor automobilístico.
b) independe do setor automobilístico.
c) às vezes depende do setor automobilístico.
d) não pode prescindir do setor automobilístico.
e) fortalece o setor automobilístico.
153) A importância do setor automobilístico é destacada:
a) por boa parte dos economistas
b) pela maioria dos economistas
c) por todos os economistas
d) por alguns economistas
e) pelos economistas que atuam nessa área
154) Pelo texto, verifica-se que:
a) alguns países têm sua economia impulsionada pelo setor
automobilístico.
b) o PIB brasileiro seria melhor sem o setor automobilístico.
c) para os economistas, o setor automobilístico tem importância relativa
na economia brasileira.
d) cinco milhões de brasileiros têm seu sustento no setor
automobilístico.
e) em 1998, três quartos da economia brasileira não tinham relação com o
setor automobilístico.
155) “A começar pelo mercado de trabalho.” Das alterações feitas na
passagem acima, aquela que lhe altera basicamente o sentido é:
a) a princípio pelo mercado de trabalho
b) começando pelo mercado de trabalho
c) em princípio pelo mercado de trabalho
d) principiando pelo mercado de trabalho
e) iniciando pelo mercado de trabalho
156) Segundo o texto, o setor automobilístico:
a) está presente em segmentos diversos da sociedade.
b) limita-se às fábricas de veículos.
c) no ano de 1988 gerou salários de aproximadamente 216 bilhões de
dólares.
d) ficou imune à maxidesvalorização.
e) gera, pelo menos, 47 empregos por fábrica de automóveis.
157) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é:
a) qualquer
b) gera
c) até
d) na ponta do lápis
e) no país
TEXTO XXXI
Vários planetas são visíveis a olho nu: Marte, Júpiter, Vênus, Saturno e
Mercúrio. Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de
povos ainda mais antigos, como os babilônios.
Apesar de sua semelhança com as estrelas, os planetas eram identificados pelos
povos da Antiguidade graças a duas características que os diferenciavam.
Primeiro: as estrelas, em curtos períodos, não variam de posição umas em
relação às outras. Já os planetas mudam de posição no céu com o passar das
horas. À noite, esse movimento pode ser percebido com facilidade. Segundo: as
estrelas têm uma luz que, por ser própria, pisca levemente. Já os planetas, que
apenas refletem a luz do Sol, têm um brilho fixo. Os planetas mais distantes da
Terra só puderam ser descobertos bem mais tarde, com a ajuda de aparelhos
ópticos como o telescópio. “O primeiro deles a ser identificado foi Urano,
descoberto em 1781 pelo astrônomo inglês William Herschel”, afirma a astrônoma
Daniela Lázzaro, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro.
(Superinteressante, agosto/01)
158) Com relação às idéias contidas no texto, não se pode afirmar que:
a) os gregos não conheciam o planeta Urano.
b) os gregos, bem como outros povos da Antigüidade, conheciam vários
planetas do Sistema Solar.
c) a olho nu, os planetas se assemelham às estrelas.
d) os povos da Antigüidade usavam aparelhos ópticos rudimentares para
identificar certos planetas.
e) os povos antigos sabiam diferençar os planetas das estrelas, mesmo
sem aparelhos ópticos.
159) Infere-se do texto que a Astronomia é uma ciência que, em dadas
circunstâncias, pode prescindir de:
a) estrelas
b) planetas
c) instrumentos
d) astrônomos
e) estrelas, planetas e astrônomos
160) A locução prepositiva “graças a” tem o mesmo valor semântico de:
a) mas também
b) apesar de
c) com
d) por
e) em
161) “Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também
de povos ainda mais antigos…” Das alterações feitas na passagem acima, aquela
que apresenta sensível alteração de sentido é:
a) Esses astros já eram conhecidos não somente dos gregos, como também
de povos ainda mais antigos.
b) Tais planetas já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de
povos ainda mais antigos.
c) Esses astros já eram conhecidos não apenas pelos gregos, mas também
por povos ainda mais antigos.
d) Esses astros já eram conhecidos tanto pelos gregos, como por povos
ainda mais antigos.
e) Esses astros já eram conhecidos não apenas através dos gregos, mas
também através de povos mais antigos.
162) A diferença que os antigos já faziam entre estrelas e planetas era
de:
a) brilho e posição
b) beleza e posição
c) importância e disposição
d) brilho e importância
e) beleza e disposição
163) Infere-se do texto que o planeta Netuno:
a) era conhecido dos gregos.
b) foi descoberto sem ajuda de aparelhos ópticos.
c) foi descoberto depois de Plutão.
d) foi descoberto depois de Urano.
e) foi identificado por acaso.
164) Segundo o texto, as estrelas:
a) nunca mudam de posição.
b) são iguais aos planetas.
c) não piscam.
d) só mudam de posição à noite.
e) mudam de posição em longos períodos de tempo.
TEXTO XXXII
Não faz muito tempo, a mata virgem, as ondas generosas e as areias
brancas da Praia do Rosa, no sul catarinense, despertaram a atenção de
surfistas e viajantes em busca de lugares inexplorados. Era meados dos anos 70,
e este recanto permanecia exclusivo de poucas famílias de pescadores. O tempo
passou e hoje “felizmente”, conforme se ouve em conversas com a gente local, o
Rosa não mudou.
Mesmo estando localizada a apenas 70 quilômetros de Florianópolis e
vizinha do badalado Balneário de Garopaba, a Praia do Rosa preserva, de forma
ainda bruta, suas belezas naturais. É claro que houve mudanças desde sua
descoberta pelos forasteiros. Mas, ao contrário de muitos lugarejos de nossa
costa que tiveram a natureza devastada pela especulação imobiliária, esta
região resiste intacta graças a um pacto entre moradores e donos de pousadas.
Uma das medidas adotadas por eles, por exemplo, é que ninguém ocupe mais de 20%
de seu terreno com construção. Assim, o verde predomina sobre os morros de
frente para o mar azul repleto de baleias. Baleias? Sim, baleias francas, a
mais robusta entre as espécies desses mamíferos marinhos, que chegam a
impressionantes 18 metros e até 60 toneladas.
(Sérgio T. Caldas, na Os caminhos da
Terra, dez./00)
165) Quanto à Praia do Rosa, o autor se contradiz ao falar:
a) da localização
b) dos moradores
c) da mudança
d) do tempo
e) do valor
166) O texto só não nos permite afirmar, com relação à Praia do Rosa:
a) mantém intactas suas belezas naturais.
b) manteve-se imune à especulação imobiliária.
c) não fica distante da capital do Estado.
d) no início dos anos 70, surfistas e exploradores se encantaram com
suas belezas naturais.
e) trata-se de um local tranqüilo, onde todos respeitam a natureza.
167) Pelo visto, o que mais impressionou o autor do texto foi a presença
de:
a) moradores
b) baleias
c) surfistas
d) donos de pousadas
e) viajantes
168) O fator determinante para a preservação do Rosa é:
a) a ausência da especulação imobiliária
b) o amor dos moradores pelo lugar
c) a consciência dos surfistas que frequentam a região
d) o pacto entre moradores e donos de pensão
e) a proximidade de Florianópolis
169) O primeiro período do segundo parágrafo terá o seu sentido alterado
se for iniciado por:
a) a despeito de estar localizada
b) não obstante estar localizada
c) ainda que esteja localizada
d) contanto que esteja localizada
e) posto que estivesse localizada
170) 0 adjetivo empregado com valor conotativo é:
a) generosas
b) exclusivo
c) bruta
d) intacta
e) azul
171) O adjetivo “badalado”:
a) pertence à língua literária e significa importante.
b) é linguagem jornalística e significa comentado.
c) pertence à língua popular e significa muito falado.
d) é linguagem científica e significa movimentado.
e) pertence à língua coloquial e significa valiosa.
TEXTO XXXIII
A vida é difícil para todos nós. Saber disso nos ajuda porque nos poupa
da autopiedade. Ter pena de si mesmo é uma viagem que não leva a lugar nenhum.
A autopiedade, para ser justificada, nos toma um tempo enorme na construção de
argumentos e motivos para nos entristecermos com uma coisa absolutamente
natural: nossas dificuldades.
Não vale a pena perder tempo se queixando dos obstáculos que têm de ser
superados para sobreviver e para crescer. É melhor ter pena dos outros e tentar
ajudar os que estão perto de você e precisam de uma mão amiga, de um sorriso de
encorajamento, de um abraço de conforto. Use sempre suas melhores qualidades
para resolver problemas, que são: capacidade de amar, de tolerar e de rir.
Muitas pessoas vivem a se queixar de suas condições desfavoráveis,
culpando as circunstâncias por suas dificuldades ou fracassos. As pessoas que
se dão bem no mundo são aquelas que saem em busca de condições favoráveis e se
não as encontram se esforçam por criá-las. Enquanto você acreditar que a vida é
um jogo de sorte vai perder sempre. A questão não é receber boas cartas, mas
usar bem as que lhe foram dadas.
(Dr. Luiz Alberto Py, in O Dia,
30/4/00)
172) Segundo o texto, evitamos a autopiedade quando:
a) aprendemos a nos comportar em sociedade.
b) nos dispomos a ajudar os outros.
c) passamos a ignorar o sofrimento.
d) percebemos que não somos os únicos a sofrer.
e) buscamos o apoio adequado.
173) Para o autor, o mais importante para a pessoa é:
a) perceber o que ocorre à sua volta.
b) ter pena das pessoas que sofrem.
c) buscar conforto numa filosofia ou religião.
d) esforçar-se para vencer as dificuldades.
e) estar ciente de que, quando menos se espera, surge a dificuldade.
174) A autopiedade, segundo o autor:
a) é uma doença.
b) é problema psicológico.
c) destrói a pessoa.
d) não pode ser evitada.
e) não conduz a nada.
175) A vida é comparada a um jogo em que a pessoa:
a) precisa de sorte.
b) deve saber jogar.
c) fica desorientada,
e) geralmente perde.
e) não pode fazer o que quer.
176) A superação das dificuldades da vida leva:
a) à paz
b) à felicidade
c) ao equilíbrio
d) ao crescimento
e) à auto-estima
177) Os sentimentos que levam à superação das dificuldade são:
a) fé, tolerância, abnegação
b) amor, desapego, tolerância
c) caridade, sensibilidade, otimismo
d) fé, tolerância, bom humor
e) amor, tolerância, alegria
178) Para o autor:
a) não podemos vencer as dificuldades.
b) só temos dificuldades por causa da nossa imprevidência.
c) não podemos fugir das dificuldades.
d) devemos amar as dificuldades.
e) devemos procurar as dificuldades.
TEXTO XXXIV
ESPERANÇAS
Apesar de 4 bilhões de pessoas viverem na pobreza, entre os seis bilhões
de habitantes da Terra, as pessoas simples continuam a acreditar num futuro melhor.
Não importa se esse sentimento brota da emoção, da fé ou da esperança.
O importante é ressaltar que a crise de uma concepção científica do
mundo abre, agora, a perspectiva de que os caminhos da história não sejam
apenas aqueles previstos pelas largas avenidas das ideologias modernas.
Os atalhos são, hoje, as vias principais, como o demonstram o Fórum
Social de Porto Alegre e a força das mobilizações contra o atual modelo de
globalização. Assim como o aparente perfil caótico da natureza ganha um sentido
evolutivo e coerente na esfera biológica, do mesmo modo haveria um nível – que
o Evangelho denomina amor – em que as relações humanas tomam a direção da
esperança.
É verdade que, com o Muro de Berlim, ruiu quase tudo aquilo que
sinalizava um futuro sem opressores e oprimidos. Agora as leis do mercado
importam mais do que as leis da ética.
Mas, e a pobreza de 2/3 da humanidade? O que significa falar em
liberdades quando não se tem acesso a um prato de comida? Esta é a grande
contradição da atual conjuntura: nunca houve tanta liberdade para tantos
famintos! Mesmo os povos que no decorrer das últimas décadas não conheceram a
pobreza e o desemprego agora se deparam com esses flagelos, como ocorre nos
países do leste europeu.
A ironia é que, hoje, aqueles povos são livres para escolher seus
governantes, podem circular por suas fronteiras e manifestar suas discordâncias
em público. Mas lhes é negado o direito de escolher um sistema social que não
assegure a reprodução do capital privado.
(Frei Beto, in O Dia, 19/8/01)
179) O texto pode ser entendido como um manifesto contrário ao:
a) presidencialismo
b) parlamentarismo
c) comunismo
d) socialismo
e) capitalismo
180) “Nunca houve tanta liberdade para tantos famintos.” No trecho
destacado, o autor questiona o valor:
a) da globalização
b) da democracia
c) das políticas econômicas
d) das privatizações
e) do governo
181) No texto, só não há correspondência entre:
a) esse sentimento e crença num futuro melhor
b) atalhos e Fórum e força das mobilizações
c) aparente perfil caótico e sentido evolutivo
d) Muro de Berlim e opressores e oprimidos
e) seus governantes e lhes
182) Segundo o autor, os povos do antigo bloco comunista do leste
europeu:
a) continuam sem liberdade de expressão.
b) hoje são mais felizes porque são livres.
c) são irônicos, apesar de livres.
d) não são totalmente livres.
e) sofrem com a ironia do governo.
183) O sinônimo adequado para “ressaltar” (/. 5) é:
a) demonstrar
b) dizer
c) destacar
d) apontar
e) afirmar
184) O grande paradoxo do mundo atual seria:
a) simplicidade – esperança
b) concepção científica – fé
c) liberdade – fome
d) esfera biológica – amor
e) sistema social – capital privado
185) “É verdade que, com o Muro de Berlim, ruiu quase tudo aquilo que
sinalizava um futuro sem opressores e oprimidos.” Só não há paráfrase do trecho
destacado acima em:
a) Com o Muro de Berlim, certamente, caiu tudo que apontava para um
futuro sem opressores e oprimidos.
b) É certo que vieram abaixo, com o Muro de Berlim, todas as coisas que
sinalizavam um futuro sem opressores e oprimidos.
c) Com a queda do Muro de Berlim, na verdade, veio abaixo tudo aquilo
que apontava para um futuro sem opressores e oprimidos.
d) É verdade que, por causa do Muro de Berlim, veio abaixo tudo que
sinalizava um futuro sem opressores e oprimidos.
e) Ruiu, certamente, com o Muro de Berlim, tudo aquilo que sinalizava um
porvir sem opressores e sem oprimidos.
TEXTO XXXV
O solvente, segundo a onda terrorista espalhada no país, é uma espécie
de veneno químico que inescrupulosos donos de postos e distribuidoras
mal-intencionadas deram de adicionar à gasolina. Com isso, esses bandidos
estariam lesando os concorrentes (porque pagam barato 5pelos
adulterantes), os cofres públicos (porque os impostos significam 70% do custo
da gasolina; mas são baixos quando aplicados diretamente sobre os solventes) e
o consumidor, já que os produtos estranhos teriam uma atuação demoníaca na
saúde do motor e dos componentes do carro, roendo mangueiras e detonando – no
pior dos sentidos – o sistema de 10 combustão. Pior: quando
adicionado por especialistas, o solvente quase não deixa pistas. É indetectível
em testes simples e imperceptível durante o funcionamento do veículo.
Para cercar esse inimigo, QUATRO RODAS recorreu ao Instituto de
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, o insuspeito IPT. Na tentativa de 15flagrar
postos que estivessem misturando substâncias estranhas à gasolina, repórteres
coletaram amostras de combustível Brasil afora, para submetê-las à
cromatografia, um método capaz de revelar cada componente de uma amostra, bem
como a quantidade de cada elemento na mistura. No primeiro lote, de doze
amostras reunidas numa viagem 20entre Buenos Aires e São Paulo, uma
revelação esperada: segundo o laudo do IPT, quatro delas estavam adulteradas
pela presença de solventes em proporções acima das encontradas na gasolina de
referência da refinaria Replan, de Paulínia, a 117 quilômetros da capital
paulista.
(D. Schelp e L. Martins, na Quatro
Rodas, março/00)
186) Segundo o texto:
a) a gasolina brasileira é sempre adulterada nos postos de gasolina.
b) a gasolina argentina é superior à brasileira.
c) os donos de postos de gasolina e, principalmente, distribuidoras
mal-intencionadas têm adicionado solventes à gasolina.
d) a situação é mais grave se o solvente é adicionado sob a orientação
de pessoas que detenham uma técnica apurada.
e) a situação é tão grave que nem a cromatografia tem sido capaz de
mostrar a adulteração da gasolina.
187) Depreende-se do texto que o IPT:
a) não tem estrutura para resolver o problema.
b) deveria usar a cromatografia.
c) dispõe de repórteres capazes de fazer a coleta de gasolina.
d) examina as amostras coletadas em postos de gasolina.
e) fica situado a 117 quilômetros da cidade de São Paulo.
188) A revista recorreu ao IPT porque:
a) ele é um instituto insuspeito.
b) ele fica em São Paulo, ponto final da viagem dos repórteres.
c) a gasolina de referência é a da Replan.
d) os cofres públicos estão sendo lesados.
e) testes simples não podem resolver o problema.
189) A alternativa em que se substituem, sem alteração de sentido, os
elementos conectores “segundo”, “com isso”, “já que” e”para” é:
a) conforme, apesar disso, porque, a fim de
b) consoante, dessa forma, uma vez que, a fim de
c) consoante, assim, uma vez que, por
d) não obstante, dessa forma, porquanto, a fim de
e) conforme, aliás, uma vez que, por
190) Segundo o texto:
a) a gasolina não pode ter nenhum tipo de solvente.
b) há mais gasolina adulterada no Brasil, na faixa entre Buenos Aires e
São Paulo.
c) por detonar o sistema de combustão, os bandidos lesam os
concorrentes, os cofres públicos e o consumidor.
d) o IPT não seria o instituto adequado para fazer a avaliação da
gasolina, por ser insuspeito.
e) o resultado da pesquisa encaminhada ao IPT não causou estranheza aos
elementos envolvidos.
191) Com base nas idéias contidas no texto, pode-se afirmar que:
a) solvente é sempre veneno químico.
b) terroristas estão adulterando a gasolina.
c) donos de postos de gasolina são inescrupulosos.
d) os solventes adicionados à gasolina são baratos, por isso os bandidos
levam vantagem sobre os concorrentes.
e) durante a viagem entre Buenos Aires e São Paulo, os repórteres
desconfiaram da presença de gasolina adulterada em seu carro.
192) “…deram de adicionar à gasolina.” Por “deram de”, entende-se:
a) começaram a
b) acostumaram-se a
c) insistem em
d) precisam
e) desejavam
193) De acordo com o texto, a gasolina ideal:
a) leva poucos solventes.
b) não leva solventes.
c) é a da Replan.
d) não rói mangueira.
e) é a mais barata.
TEXTO XXXVI
OS UMBRAIS DA CAVERNA
RIO DE JANEIRO – Não sei por que(*), mas associei duas declarações
da semana passada, feitas no mesmo dia, mas separadas por espaço e objetivo.
No Brasil, o presidente da República declarou que “já vamos transpor os
umbrais do atraso”. No Afeganistão, um tal de Abdul Rahman, ministro do novo
governo que ali se instalou, acredita que o país será invadido por turistas de
todo o mundo interessados em conhecer Tora Bora e Candahar.
Louve-se o otimismo de um e de outro. Sempre ouvi dizer que o otimista é
um cara mal-informado. As duas declarações, juntas ou separadas, são uma prova.
Os umbrais do atraso que FHC anuncia transpor e os encantos turísticos do
Afeganistão são boas intenções ainda distantes da realidade. Certo que não
faltam progressos em nossa vida como nação e povo, mas o quadro geral ainda é
lastimável, sobretudo pela existência de dois cenários contraditórios – um cada
vez mais rico e outro cada vez mais miserável.
Os umbrais que separam a riqueza da miséria não serão transpostos com as
prioridades que sete anos de tucanato estabeleceram para o país. Quando Maria
Antonieta perguntou por que o povo não comia bolos à falta de pão, também
pensava que a monarquia havia transposto os umbrais do atraso.
Quanto ao interesse de as cavernas de Tora Bora provocarem uma invasão
de turistas, acho discutível esse tipo de atração. Reconheço que há exageros na
massificação do turismo internacional, mas não a esse ponto.
Em todo o caso, não custa abrir um crédito de esperança para as burras
do erário afegão. Se o ministro Abdul Rahman contratar um dos nossos
marqueteiros profissionais, desses que prometem eleger um poste para a
Presidência da República, é possível que muita gente vá conhecer as cavernas
onde ainda não encontraram Osama bin Laden.
(Carlos Heitor Cony, na Folha de São
Paulo, 13/1/02)
*A palavra aparece assim na edição eletrônica da Folha. No entanto, deve
ser acentuada (quê).
194) O autor não acredita:
a) na boa intenção do presidente da República.
b) que o Afeganistão será invadido por turistas de todo o mundo.
c) que o ministro afegão seja otimista.
d) que o otimista é um cara mal-informado.
e) em semelhanças entre as declarações de FHC e Abdul Rahman.
195) Maria Antonieta é comparada a:
a) Abdul Rahman
b) turistas de todo o mundo
c) Tora Bora
d) FHC
e) um cara mal-informado
196) “…não custa abrir um crédito de esperança para as burras do erário
afegão.” Neste trecho, “as burras do erário afegão” significam:
a) as pessoas ignorantes do Afeganistão
b) os animais de carga do Afeganistão
c) os cofres do tesouro do Afeganistão
d) o dinheiro da iniciativa privada do Afeganistão
e) o dinheiro de empresas falidas do Afeganistão, confiscado pelo novo
governo
197) Ao definir o otimista, o autor valeu-se de uma linguagem:
a) hermética
b) culta
c) chula
d) coloquial
e) ofensiva
198) Para o autor, tanto FHC como Abdul Rahman:
a) estão descontentes com a situação em seus países.
b) têm ampla visão social.
c) são demagogos.
d) não têm preparo para ocupar seus cargos.
e) são mal-informados.
199) Se levarmos em conta a afirmação de FHC, teremos de concluir que o
Brasil:
a) não é mais um país atrasado.
b) continuará a ser um país atrasado.
c) levará muitos anos para se desenvolver.
d) em pouco tempo deixará de ser um país atrasado.
e) tem condições de ser um país adiantado.
200) No último parágrafo do texto, o autor utiliza uma linguagem:
a) metafórica
b) hiperbólica
c) irônica
d) leviana
e) pessimista
201) Para o autor, as declarações de FHC e do ministro só não têm em
comum o fato de:
a) serem equivocadas.
b) partirem de pessoas otimistas.
c) serem despropositadas.
d) serem bem-intencionadas.
e) supervalorizarem a capacidade turística de seus países.
TEXTO XXXVII
TOLERÂNCIA
Quando o mundo se torna violento, buscamos uma explicação em que a
compreensão se expresse em atos e palavras. Mas como explicar a tortura, o
assassinato, a censura, o imperialismo ou o terrorismo, ferramentas favoritas
dos repressores que querem evitar qualquer opinião divergente?
Histórias recentes da América Latina, da Europa e do Oriente Médio
comprovam tais fatos: é o caso de Cuba de Castro, do Peru de Fujimori e dos
radicalismos políticos, de triste memória, da Argentina e do Brasil; é a
incompreensão de protestantes e católicos, na Irlanda; é a questão entre judeus
e palestinos, que faz sangrar a Terra Santa. O fanatismo defensor de uma
verdade aceita como única não é patrimônio exclusivo das ditaduras. Hoje os
fundamentalismos religiosos, misturados a frustrações econômicas e sociais, são
a expressão patológica de uma quebra de equilíbrio do universo. Como, então,
enfrentá-los?
Não há melhor antídoto contra a conduta intolerante que a liberdade,
conseqüência da pluralidade, que consiste em defender idéias próprias, mas
aceitando que o outro possa ter razão. Precisamos reconhecer velhas verdades: a
violência gera violência; todo poder é abusivo; o fanatismo é inimigo da razão;
todas as vidas são preciosas; a guerra jamais é gloriosa, exceto para os
vencedores que creem que Deus está ao lado dos grandes exércitos.
A solidariedade e a tolerância democrática, inexistentes no nosso tempo,
implicam uma revolução em nossas mentalidades e na aceitação do que percebemos
como diferentes, para se configurar uma sociedade multicultural.
Esses são os desafios éticos que deveríamos enfrentar, sem a arrogância dos
países desenvolvidos e sem a marginalização dos subdesenvolvidos, afundados na
miséria e na fome.
(Carlos Alberto Rabaça, em O Dia, 21
/11 / 01)
202) Para o autor, o maior problema do mundo atual é:
a) o fanatismo religioso
b) as ditaduras
c) a intolerância
d) a violência
e) a miséria
203) O autor faz alusão a problemas específicos de vários países. Aquele
cujo problema é diferente do dos demais é:
a) Brasil
b) Irlanda
c) Argentina
d) Cuba
e) Peru
204) Com base nas idéias contidas no texto, pode-se afirmar que:
a) só as ditaduras aceitam uma verdade tida como única.
b) o fundamentalismo religioso não colabora com a queda do equilíbrio
universal.
c) nada pode combater a intolerância de nossos dias.
d) tudo pode ser explicado, inclusive a intolerância.
e) o mundo atual não tem solidariedade e tolerância democrática.
205) Em sua função anafórica, o pronome relativo “que” refere-se no
texto a:
a) antídoto
b) pluralidade
c) idéias
d) conduta
e) liberdade
206) Não são elementos antagônicos:
a) Brasil / Argentina
b) protestantes / católicos
c) judeus / palestinos
d) arrogância / marginalização
e) conduta intolerante / liberdade
207) “Expressão patológica” é expressão:
a) deturpada
b) exagerada
c) cotidiana
d) mórbida
e) sombria
208) Segundo o texto, ser livre é:
a) fazer o que se quer.
b) valorizar as suas idéias, em detrimento das dos outros.
c) ter suas idéias e admitir as dos outros.
d) viver intensamente.
e) não se preocupar com a intolerância do mundo.
TEXTO XXXVIII
QUENTE E FRIO
Me dizem que, de acordo com uma convenção internacional, a torneira de
um lado é sempre a da água quente e a do outro, logicamente, a da água fria.
Mas nunca me lembro quais são os lados. Não usam mais os velhos Q e F, imagino,
para não descriminar* os analfabetos, nem as cores vermelho para quente e azul
para fria, para não descriminar* os daltônicos. Mas e nós, os patetas? Também
precisamos tomar banho.
Nunca nos lembramos de que lado é o quente e de que lado é o frio e
estamos condenados a sustos constantes ou então a demorada experimentação até
acertar a temperatura da água. Isso quando os controles não estão
concentrados numa única supertorneira de múltiplas funções, na qual você pode
escolher volume e temperatura numa combinação de movimentos sincronizados
depois de completar um curso de aprendizagem do qual também sairá capacitado a
pilotar um Boeing.
A verdade é que existe uma conspiração para afastar do mundo do consumo
moderno as pessoas, digamos, neuronicamente prejudicadas. Em alguns casos a
depuração foi longe demais e o resultado é que hoje existem, comprovadamente,
apenas dezessete pessoas em todo o mundo que sabem programar o timer para
gravação num videocassete. Destas, quinze só revelam o que sabem por muito
dinheiro, uma está muito doente e a outra se retirou para o Tibete e não
quer ser incomodada. Na maioria dos casos, no entanto, as instruções para uso
são dirigidas a pessoas normais, com um mínimo de acuidade e bom senso – quer
dizer, são contra nós! Mas eu já me resignara a não saber programar o timer, ou
sequer saber o que era um timer, ou jamais usar a tecla Num
Lock com medo de trancar todos os computadores num raio de um quilômetro, desde
que me sentisse confortável no mundo que eu dominava. Como, por exemplo, no
chuveiro. E enta’o a modernidade chegou às torneiras, e quente e frio também se
transformaram em desafios intelectuais. Quente é a da esquerda e fria é a da
direita, é isso?
Ou é o contrário? É uma conspiração.
(Luís F. Veríssimo, em O Globo,
13/1/02)
* Escrita assim na página eletrônica consultada. O perfeito é discriminar.
209) O texto nos fala:
a) da inépcia de todos os analfabetos
b) do problema dos daltônicos
c) da dificuldade em se decidir entre água fria e água quente
d) da dificuldade trazida pela modernidade
e) do caráter obsoleto de determinados aparelhos domésticos
210) O tom predominante no texto é de:
a) perplexidade
b) humorismo
c) decepção
d) realismo
e) determinismo
211) O texto é formado a partir de hipérboles. Assinale o trecho que não
denota nenhum tipo de exagero.
a) “Nunca nos lembramos de que lado é o quente e de que lado é o frio…”
b) “…do qual também sairá capacitado a pilotar um Boeing.”
c) “…existem, comprovadamente, apenas dezessete pessoas em todo o
mundo…”
d) “Mas eu já me resignara a não saber programar o timer…”
e) “É uma conspiração.”
212) Pelo visto, a supertorneira:
a) simplifica as coisas.
b) agrada a todos.
c) é mais um elemento complicador.
d) não apresenta grandes utilidades.
e) é uma peça totalmente inútil.
213) Embora brincando, o autor se inclui entre:
a) os analfabetos
b) os daltônicos
c) as pessoas neuronicamente prejudicadas
d) as pessoas normais
e) as que só revelam o que sabem por muito dinheiro
214) Para o autor, não se usam mais Q e F ou o vermelho e o azul para
evitar:
a) que as pessoas tenham muitas coisas para decorar.
b) o crescimento do número de patetas.
c) que as pessoas neuronicamente prejudicadas fiquem sem entender o
funcionamento das torneiras.
d) a marginalização de determinados indivíduos.
e) que as pessoas normais se sintam discriminadas.
215) O texto fala da dificuldade do autor no dia-a-dia. Assinale o que
não se enquadra nesse caso.
a) o quente e o frio da torneira
b) o uso da supertorneira
c) dirigir um Boeing
d) o timer do videocassete
e) a tecla Num Lock
216) Na realidade, o problema do autor seria a falta de:
a) inteligência
b) paciência
c) humildade
d) concentração
e) memória
217) Que palavra pode substituir “acuidade” sem prejuízo do sentido
original do texto?
a) originalidade
b) perspicácia
c) inteligência
d) vontade
e) persistência
218) Antes do desafio intelectual das novas torneiras, o autor se
sentia:
a) tranqüilo
b) esperançoso
c) desanimado
d) um pateta
e) inseguro
219) O eufemismo é a figura que consiste em suavizar uma ideia
desagradável. Assinale o trecho em que isso ocorre.
a) “Não usam mais os velhos Q e F…”
b) “Mas e nós, os patetas?”
c) “Também precisamos tomar banho.”
d) “…as pessoas, digamos, neuronicamente prejudicadas.”
e) “E então a modernidade chegou às torneiras…”
TEXTO XXXIX
COMO NASCEM, VIVEM E MORREM AS ESTRELAS?
A existência de um astro, que dura de 100 milhões a 1 trilhão de anos,
passa por três fases: nascimento, meia-idade e maturidade.
“Todas as estrelas nascem da mesma forma: pela união de gases”, diz o
astrônomo Roberto Boczko, da Universidade de São Paulo (USP). Partículas de gás
(geralmente hidrogênio) soltas no Universo vão se concentrando devido às forças
gravitacionais que puxam umas contra as outras.
Formam, assim, uma gigantesca nuvem de gás que se transforma em estrela
– isto é, um corpo celeste que emite luz.
A gravidade espreme essa massa gasosa a tal ponto que funde os átomos em
seu interior. Essa fusão é uma reação atômica que transforma hidrogênio em
hélio, gerando grande quantidade de calor e de luz. Um exemplo de estrela jovem
são as Pleiades, na Via Láctea, resultado de fusões que começaram há poucos
milhões de anos.
Durante a meia-idade – cerca de 90% da sua existência -, a estrela
permanece em estado de equilíbrio. Seu brilho e tamanho variam pouco, ocorrendo
apenas uma ligeira contração. É o caso do Sol, que, com 4,5 bilhões de anos, se
encontra nessa fase intermediária de sua existência, sofrendo mínima
condensação.
Quando a maior parte do hidrogênio que a com põe se esgota, a estrela
entra na maturidade – este sim, um período de drásticas transformações.
Praticamente todo o hidrogênio do núcleo já se converteu em hélio. Com isso,
diminui a fusão entre as moléculas de gás e começa um período de contração e
aquecimento violentos no corpo celeste. A quantidade de calor e luz gerados é
tão grande que o movimento se inverte: o astro passa a se expandir rapidamente.
Seu raio chega a aumentar 50 vezes e o calor se dilui. A estrela vira uma
gigante vermelha. Um exemplo é Antares, na constelação de Escorpião – uma
amostra de como ficará o Sol daqui a 4,5 bilhões de anos, engolindo todo o
Sistema Solar.
Já na maturidade, a falta de hidrogênio torna-se crítica. Apesar da
rápida expansão, a fusão entre os gases diminui continuamente: o astro caminha
para o seu fim. O modo como ele morrerá depende da sua massa.
Se ela for até duas vezes a do Sol, sua contração transformará o corpo
celeste em um pequeno astro moribundo, cuja gravidade já não consegue segurar
os gases da periferia. Mas se a massa for de duas a três vezes a do Sol, a
contração final será muito forte, criando um corpo celeste extremamente denso
chamado pulsar, ou estrela de nêutrons. Quando a massa é maior, a condensação
final é mais violenta ainda e o núcleo do antigo astro vira um buraco negro –
sua densidade é tão alta que ele não deixa nem a luz escapar. Simultaneamente,
os gases da camada mais periférica dessa estrela se transformam em uma
supernova – massa de gás que brilha por pouco tempo até sumir de uma vez por
todas.
(Superinteressante, agosto de 2001)
220) A ciência de que trata o texto se chama:
a) Biotecnia
b) Exobiologia
c) Astronomia
d) Astrologia
e) Ufologia
221) Segundo o texto:
a) nem todos os astros morrem.
b) as Pleiades são estrelas na fase da maturidade.
c) as estrelas nem sempre possuem luz própria.
d) o Sol ainda não entrou na fase da maturidade.
e) os astros têm um mesmo tipo de nascimento e morte.
222) “A gravidade espreme essa massa gasosa a tal ponto que funde os
átomos em seu interior.” Se começarmos o período acima por “A gravidade funde
os átomos em seu interior”, o elemento conector que deverá ser usado para que
se mantenha a coesão textual e o sentido original é:
a) se bem que
b) contudo
c) porque
d) caso
e) a fim de que
223) Só não diz respeito à maturidade de uma estrela:
a) fase de grandes transformações
b) expansão rápida
c) conversão de hidrogênio em hélio
d) escassez de hidrogênio
e) aumento contínuo de calor, até a morte
224) Sobre Antares, com base no texto, não se pode afirmar:
a) é estrela na fase da maturidade.
b) situa-se na constelação de Escorpião.
c) é uma estrela vermelha.
d) Seu raio aumentou muito.
e) não pertence à Via Láctea.
225) Sobre o pulsar, podemos inferir que:
a) é um tipo de estrela de meia-idade.
b) é um astro que surge com a morte de uma estrela.
c) é o mesmo que buraco negro.
d) é um astro de massa semelhante à do Sol.
e) os gases de sua camada periférica transformam-se em uma supernova.
226) Com base nas idéias contidas no texto, só não se pode dizer que:
a) o tempo de vida dos astros é bastante variado.
b) toda estrela tem origem numa nuvem de gás.
c) a maior parte da vida de um astro é a meia-idade.
d) As Pleiades, o Sol e Antares têm em comum apenas o fato de serem
estrelas.
e) uma estrela de neutrons é tão densa quanto um buraco negro.
227) Os dois pontos que aparecem depois de “continuamente” podem ser
substituídos, sem alteração de sentido, por:
a) porque
b) e
c) mas
d) ou
e) à medida que
TEXTO XL
GRITOS DE INDEPENDÊNCIA
Comemora-se a independência do Brasil. Consta que não houve sangue,
apenas o grito do Ipiranga, que marcou a ruptura com a tutela portuguesa,
mantendo no poder o português D. Pedro I, que se proclamou imperador do Brasil,
mas terminou seus dias como duque de Bragança e figura, na relação dinástica,
como o 28° rei de Portugal. Como se vê, na passarela da história, o samba não é
o do crioulo doido.
Entre o fato e a versão do fato, a história oficial tende à segunda.
Ainda hoje se discute se o grito decorreu do sonho de uma pátria independente
ou da ambição de um império tropical. Ficou o grito parado no ar, expresso nos
rostos contorcidos das figuras de Portinari, no romanceiro de Cecília Meireles,
na poesia agônica de Chico Burque, no coração desolado das mães brasileiras que
enterram, por ano, cerca de 300 mil recém-nascidos, precocemente tragados pelos
recursos que faltam à área social. O número só não é maior graças ao
voluntariado da Pastoral da Criança, monitorada pela doutora Zilda Arns.
O Brasil, pátria vegetal, ostenta o semblante de uma cordialidade
renegada por sua história. Sob o grito da independência ressoam os dos índios
trucidados pela empresa colonizadora, agora restaurada pela assepsia étnica
proposta pelos integracionistas que julgam as reservas indígenas privilégio
nababesco. Ecoam também os gritos das vítimas indefesas de entradas e
bandeiras, Fernão Dias sacrificando o próprio filho em troca de um punhado de
pedras preciosas, bandeirantes travestidos de heróis da pátria pelo relato
histórico dos brancos, versão barroca do esquadrão da morte rural, diriam os
índios se figurassem como autores em nossa historiografia.
Abafam-se, em vão, os gritos arrancados à chibata dos negros arrastados
de além-mar, sem contar as revoltas populares que minam o mito de uma pacífica
abnegação que só existe no ufanismo de uma elite que se perfuma quando vai à
caça.
Pátria armada de preconceitos arraigados, casa-grande que traça os
limites intransponíveis da senzala, na pendular política de períodos
autoritários alternados com períodos de democracia tutelar, já que, neste país,
a coisa pública é negócio privado. índios, negros, mulheres, lavradores e
operários não merecem a cidadania, reza a prática daqueles que sequer se
envergonham de serem compatriotas de 50 milhões de pessoas que não dispõem de
R$ 80 mensais para adquirir a cesta básica.
À galera, as tripas, marca indelével em nossa culinária, como a
feijoada. Privatizam-se empresas e sonhos, valores e sentimentos, convocando
intelectuais de aparência progressista para dar um toque de modernidade
aos velhos e permanentes projetos da oligarquia. Vale tudo frente ao horror de
um Brasil sujeito a reformas estruturais. Os que querem governar a sociedade
não suportam os que querem governar com a sociedade.
Destroçada e endividada, a pátria navega a reboque do receituário
neoliberal, que dilata a favelização, o desemprego, o poder paralelo do
narcotráfico, a concentração de renda. Se o salário não paga a dívida, a vida
parece não valer um salário. No Brasil, os hospitais estão : doentes, a saúde
encontra-se em estado terminal, a escola gazeteia, o sistema previdenciário
associa-se ao funerário e a esperança se reduz a um novo par de tênis, um
emprego qualquer, alçar a fantasia pelo consolo eletrônico das telenovelas.
Amanhecia em Copacabana quando Antônio Maria gritou: “Não sei por onde
vou, mas sei que não vou por aí”. Não vou pelas receitas monetaristas que
salvam o Tesouro oficial e apressam a morte dos pobres.
Vou com aqueles que sempre denunciam a injustiça, testemunham a ética na
política, agem com escrúpulos, defendem os direitos indígenas, repudiam todas
as formas de preconceitos, promovem campanhas de combate à fome, administram
recursos públicos com probidade e lutam por uma nova política econômica. Vou
com aqueles que, esta semana, estarão mobilizados no Grito dos Excluídos,
promovido pela CNBB, em parceria com entidades e movimentos populares. Nenhum
país será independente se, primeiro, não o forem aqueles que o governam.
(Frei Beto, no Jornal do Brasil,
3/9/01)
228) Os sentimentos que melhor caracterizam o estado de espírito do
autor são:
a) ódio e desequilíbrio
b) medo e pessimismo
c) insegurança e descontrole
d) revolta e angústia
e) apatia e resignação
229) Para o autor, a história do Brasil é apresentada aos brasileiros:
a) de forma realista
b) com poucos detalhes
c) com preconceito
d) cortada
e) mascarada
230) O trecho que justifica a resposta ao item anterior é:
a) “Comemora-se a independência do Brasil.”
b) “À galera, as tripas, marca indelével em nossa culinária, como a
feijoada.”
c) “índios, negros, mulheres, lavradores e operários não merecem a
cidadania…”
d) “Entre o fato e a versão do fato, a história oficial tende à
segunda.”
e) “O número só não é maior graças ao voluntariado da Pastoral da
Criança.”
231) O autor duvida:
a) do futuro do Brasil
b) dos artistas brasileiros
c) da independência do Brasil
d) das revoltas populares
e) de Antônio Maria
232) “Os que querem governar a sociedade não suportam os que querem
governar com a sociedade.” Esse trecho sugere a dicotomia:
a) governo militar / governo civil
b) comunismo / capitalismo
c) presidencialismo / parlamentarismo
d) monarquia / república
e) ditadura / democracia
233) A autêntica história brasileira nos diz que o Brasil não é um país:
a) cordial
b) de futuro
c) forte
d) injusto
e) de bons escritores
234) “Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí”. Por esse
trecho, pode-se entender:
a) a dúvida de alguém que não sabe que decisão tomar
b) a revolta diante de uma situação aceita por todos i
c) a esperança e a certeza da mudança
d) a não-aceitação do que ocorre no momento
e) o desespero por não poder fazer alguma coisa pelo país
235) “À galera, as tripas, marca indelével em nossa culinária, como a
feijoada.” A palavra “indelével”, no trecho acima, significa:
a) que não se pode desejar
b) que não se pode apagar
c) que não se pode aceitar
d) que não se pode explicar
e) que não se pode prever
236) Os maiores problemas do Brasil, na atualidade, são creditados:
a) ao grito de independência
b) ao ufanismo da elite
c) à privatização das empresas
d) ao neoliberalismo
e) ao Tesouro oficial
237) Segundo o autor, os intelectuais de aparência progressista são
convocados para:
a) melhorar a imagem do governo no exterior.
b) integrar o Brasil na globalização.
c) desviar a atenção do povo para coisas de somenos importância.
d) levar o povo a se interessar pelos problemas sociais e políticos do
país.
e) levar o povo a achar que tudo está bem.
238) A palavra “oligarquia” significa governo:
a) de ricos
b) de nobres
c) de poucos
d) de muitos
e) do povo
239) Dentre os problemas do Brasil, o texto não faz menção:
a) à escravidão dos negros
b) à opressão dos índios
c) ao voto-cabresto do Nordeste
d) à discriminação da mulher
e) à fome do povo
240) A palavra que, metaforicamente empregada, melhor exprime a idéia do
autor sobre a tirania do governo brasileiro é:
a) casa-grande
b) tripas
c) império
d) tutelar
e) telenovelas
241) Para o autor, o Brasil, na realidade, nunca foi ou teve:
a) monarquia
b) república
c) ditadura
d) capitalismo
e) democracia
242) O último parágrafo do texto difere dos demais pois nele o autor
demonstra:
a) alegria por ser brasileiro
b) certeza da transformação próxima
c) convicção de que o governo está melhorando
d) esperança em um país melhor
e) indiferença diante dos problema da atualidade brasileira
TEXTO XLI
TRINTA ANOS DE UMA FRASE INFELIZ
Ele não podia ter arrumado outra frase? Vá lá que haja perpetrado grande
feito indo à Lua, embora tal empreendimento soe hoje exótico como uma viagem de
Gulliver. Mas Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, precisava
ter dito: “Este é um passo pequeno 5 para um homem, mas um
salto gigantesco para a humanidade”? Não podia ter se contentado com algo mais
natural (“Quanta poeira”, por exemplo), menos pedante (“Quem diria,
conseguimos”), mais útil como informação (“Andar aqui é
fácil/difícil/gostoso/dói a perna”) ou mais realista (“Estou preocupado com a
volta”)?
Não podia. Convencionou-se que eventos solenes pedem frases solenes. Era
preciso forjar para a ocasião uma frase “histórica”. Não histórica no sentido
de que fica guardada para a posteridade – a posteridade guarda também frases
debochadas, como “Se eles não têm pão, comam brioches”. Histórica, no caso,
equivale à frase edificante. É a história em sua versão, velhusca e
fraudulenta, de “Mestra da Vida”, a História rebaixada a ramo da educação moral
e cívica. À luz desse entendimento do que é “histórico”, Armstrong escolheu sua
frase. Armstrong teve tanto tempo para pensar, no longo período de
preparativos, ou outros tiveram tempo de pensar por ele, no caso de a
frase lhe ter sido oferecida de bandeja, junto com a roupa e os instrumentos
para a missão, e foi sair-se com um exemplar do primeiro gênero. Se era para
dizer algo bonito, por que não recitou Shakespeare? Se queria algo inteligente,
por que não encomendou a Gore Vidal ou Woody Allen?
(Roberto Pompeu de Toledo. Veja,
21/07/99)
243) O tema central do texto é:
a) a indignação pelos poucos dados enviados sobre a aventura da ida do
homem à Lua.
b) a narrativa da aventura do primeiro homem a pisar na Lua.
c) a importância do acontecimento do homem ter chegado à Lua.
d) a discordância com respeito à frase escolhida para um momento
grandioso.
e) o impacto da frase dita no momento em que o homem pisou na Lua.
244) A propósito do texto, o autor classifica a frase de Armstrong como
infeliz, porque,
a) apesar de ter sido edificante, a frase não foi humilde.
b) apesar de ter sido bonita, a frase foi superficial.
c) apesar de ter ficado para a posteridade, a fase foi superficial,
pedante, inútil e irreal.
d) apesar de ter sido solene, a frase foi exótica.
e) apesar de ter sido inteligente, a frase não foi edificante.
245) “…embora tal empreendimento soe hoje exótico como uma viagem de
Gulliver.” O autor do texto expressa:
a) certa decepção, com o passar dos anos, quanto à ida do homem à Lua.
b) a importância capital que teve o evento para a humanidade.
c) o encantamento com que a ida do homem à Lua é vista até hoje.
d) a necessidade de que o homem volte à Lua.
e) certa incredulidade quanto à ida do homem à Lua.
246) Para Roberto Pompeu de Toledo, a frase em apreço deveu-se ao fato
de que:
a) o astronauta recebeu a frase já pronta, junto com a roupa e os
instrumentos para a missão.
b) Armstrong não teve tempo para pensar em algo melhor.
c) Armstrong foi motivado pela convenção de que eventos solenes pedem
frases solenes.
d) Armstrong quis ser original, não copiando Shakespeare, Gore Vidal e
Woody Allen.
e) o astronauta não acreditou no êxito da missão.
247) Na opinião do autor do ensaio,
a) só frases edificantes são históricas.
b) a frase de Armstrong revela uma visão ultrapassada da História.
c) só frases bonitas ou inteligentes são históricas.
d) eventos solenes pedem” frases solenes.
e) a frase de Armstrong foi rapidamente esquecida.
248) A figura de linguagem encontrada na fase “Com muito suor o
funcionário conseguiu a promoção” é:*
a) catacrese
b) prosopopéia
c) sinestesia
d) metonímia
e) metáfora
Esta questão da prova não tem base no texto.
Gabarito dos exercícios de interpretação
Texto I
1) Letra d
Nada no texto fala de aumento ou diminuição da saudade. A palavra
“calendário” é a chave. Ao dizer que “não há calendário para a saudade”, a
autora diz que não existe data marcada para se ter mais ou menos saudade. Ou
seja, a saudade não depende do tempo, simbolizado aqui pelo calendário: ela
simplesmente existe.
2) Letra c
Há muitas questões em concursos públicos envolvendo o significado das
orações. Procure ver qual conjunção poderia ser usada no texto. No início do
livro, você tem uma boa lista dessas palavras. No caso da questão, poder-se-ia
começar a segunda oração com a conjunção porque: porque não há calendário para
a saudade. Sim, porque o fato de não haver calendário para a saudade faz com
que não exista “essa coisa de um ano sem Sena, dois anos sem Senna”.
3) Letra b
Normalmente a repetição de uma palavra, nos moldes em que aqui foi
feita, expressa uma confirmação, uma convicção do autor. As outras palavras,
por si mesmas, se eliminam.
4) Letra a
Há várias figuras de sintaxe que consistem na repetição de termos. Veja
as mais importantes:
- a) anáfora: repetição de uma palavra ou
expressão no início da frase, membro da frase ou verso.
Ex.: “Vi uma estrela tão alta!
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo…” (Manuel Bandeira)
- b) Epístrofe: repetição no final.
Ex.: “Chegou a hora da névoa. No peito e nos olhos, névoa. Quero
guardar-me da névoa. Porém é inútil: há névoa.” (Henriqueta Lisboa)
- c) Símploce: repetição no início e no fim
Ex.: Tudo ali precisa de explicação. Tudo ali merece uma boa explicação
- d) Pleonasmo: repetição de uma idéia ou de um
termo da oração (objeto direto, objeto indireto ou predicativo do sujeito)
Ex.: Vi tudo com meus próprios olhos, (repetição da idéia)
Esse livro, já o li há muito, (o —> objeto direto pleonástico)
- e) Quiasmo: repetição e inversão simultâneas
de termos; há uma espécie de cruzamento.
Ex.: “No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do
caminho.” (C. D. de Andrade)
Texto II
5) Letra c
Há uma visível mudança profissional. Os comentários da questão seguinte
servem a esta. ,
6) Letra e
Quem corre atrás de eleitores é político. A palavra senador é
específica. Veja bem: não se pode levar em conta que o autor, cujo nome aparece
com o texto, seja conhecido. José Sarnei é senador da
República. Mas o texto não sugere isso; cuidado, portanto! Quem corre atrás de
leitores é escritor, que é o termo genérico. Jornalista e romancista são
termos específicos, e nada no texto sugere essas profissões.
7) Letra b
Observe que se pergunta sobre a primeira atividade, não a que ele busca
agora. Veja os comentários da questão seguinte.
8) Letra c
A expressão “passei a vida” dá nitidamente uma idéia de coisa duradoura.
Passar a vida fazendo alguma coisa é, necessariamente, algo demorado.
9) Letra e
Todas as palavras ou expressões indicam tempo. As quatro primeiras
referem-se ao presente; a última, recentemente,ao passado. Agora é
tempo presente; recentemente; tempo passado.
Texto III
10) Letra b
O autor demonstra respeito pelos animais, no momento em
que não os força a fazer coisas para as quais sua natureza não está preparada.
Ou seja, ele respeita os limites de cada um. Não se trata necessariamente
de amor ousolidariedade, como alguns podem pensar.
Pode-se respeitar sem que haja amor, no mais profundo sentido do termo.
A solidariedade é uma atitude de apoio àquelas pessoas que se encontram em dificuldades
de qualquer espécie. Fé e tolerância seriam
escolhas absolutamente inadequadas.
11) Letra d
Se o autor fosse um adestrador frio, não hesitaria em
forçar os animais. Treinador qualificado não serve como
resposta, pois nada garante no texto que ele seja muito bom adestrador. Ele
poderia respeitar os animais e não saber treiná-los devidamente. Adestrador
filantropo é absurdo. Filantropia é caridade, ajuda incondicional aos
necessitados do corpo ou do espírito. Talvez haja dúvidas entre as letras a
(treinador atento) e d (adestrador consciente). Fica
melhor a letra d, por duas razões: adestrador é termo
adequado, por se tratar de treinamento de animais; conscientediz
mais do que atento, pois o autor está consciente das
limitações dos animais.
12) Letra e
As duas primeiras opções dizem a mesma coisa e indicam o oposto do que o
texto nos apresenta. A letra c não tem sentido algum, pois, se
a natureza permitisse, o adestrador poderia tentar normalmente.
A letra d dispensa comentários, em face do seu absurdo. A resposta só
pode ser a letra e, pois fala do respeito que o autor tem pelos limites de seus
animais.
Texto IV
13) Letra c
Ao dizer que está com saudade de ficar bom, o autor afirma, de maneira
literária, que está doente. Isso elimina as letras a e e.
“Escrever é conseqüência natural.” Conseqüência de quê? De ficar bom, ou seja,
ficando bom, ele volta a escrever. Ele só não está escrevendo por estar doente.
Daí o gabarito ser a letra c.
14) Letra d
A resposta pode parecer a letra b. Mas, numa análise mais profunda,
observa-se que o autor tem vontade de ficar bom para voltar a escrever. Se
escrever é uma conseqüência natural de ficar bom, é algo que ele não pretende
deixar de fazer, é o que ele realmente mais almeja. Trabalhar não
serve como resposta pois é um termo genérico, enquanto escrever é específico.
15) Letra b
Os comentários da questão anterior se ajustam também a esta. Cuidado
apenas para não confundir as opções b e e. O autor
não tem saúde, ele está doente e deseja recuperar a saúde para poder escrever.
Texto V
16) Letra d
A comparação não é feita entre Deus e a internet, como possa parecer,
mas sim entre a mente (de Deus) e a internet. É diferente.
17) Letra c
Veja bem o que o texto nos transmite: a mente (de Deus), da mesma forma
que a internet, podem ser acessadas por qualquer um, ou seja, elas são
acessíveis. Se são acessíveis, é porque têm acessibilidade. Daí o gabarito ser
a letra c.
18) Letra d “
O conectivo comparativo a que se refere o enunciado da questão é a
conjunção como. Tal qual, que nem (popular),qual e feito (popular)
poderiam ser usados sem alteração de sentido. A preposição para não
tem esse valor, além de, nesse caso, deixar o texto sem coesão textual e
coerência.
19) Letra e
Paráfrase é uma reescritura do texto, sem alteração de sentido. É comum
em alguns tipos de concursos. Na letra e, ao se dizer que “a mente de Deus pode
acessar”, o sentido se altera radicalmente, pois a mente passa
a ser ativa, ou seja, ela passa a praticar a ação, quando no texto ela sofre a
ação, as pessoas é que a acessam, da mesma forma que acessam a internet.
Texto VI
20) Letra e
Ao dizer que “Deus é o ópio do povo”, Marx faz alusão aos efeitos dessa
droga, por comparação, naturalmente. O ópio não deixa o usuário pensar direito,
tanto é que ele faz uma série de bobagens que não faria se estivesse sem a
droga no organismo. Assim, a idéia que ele quer passar é que Deus também não
deixa o povo pensar.
21) Letra c
O autor afirma que Marx não entendia de Deus, nem de ópio. Por isso a
resposta só pode ser a letra c.
22) Letra a
Leviandade consiste em se falar sobre algo que não se conhece
direito. As outras opções se excluem por si mesmas.
23) Letra d
Ter fé é sentir, de maneira profunda e inexplicável,
alguma coisa. A fé se sente. Deus, sendo uma experiência de fé, naturalmente só
pode ser sentido. Observe que as outras opções não são absurdas, mas não
correspondem ao que o autor do texto quer transmitir. Temos de buscar as
respostas sempre no texto. Não importa o que sabemos de antemão. A palavra fé é
a chave para resolver essa questão.
24) Letra c
O comentário da questão anterior serve também para esta.
25) Letra a
Metáfora é um tipo de comparação não enunciada, em que não se expressam o
conectivo comparativo nem o elemento comum aos dois seres. Deus e ópio estão
sendo comparados. Se o autor dissesse: “Deus é como o ópio”, haveria uma
comparação ou simile, já que teríamos na frase o conectivo como. Afirmando
diretamente, trata-se de uma metáfora, uma das mais importantes figuras de
linguagem.
26) Letra e
Qualquer palavra que se refira a Deus ou a Jesus pode ser grafada com
inicial maiúscula. É o caso, no texto, do pronome pessoal oblíquo átono Io, que
tem como referente a palavra Deus. Não é obrigatório, dependendo apenas do
gosto do escritor.
Texto VII
27) Letra b
O autor saiu de sua terra, mas sente como se isso nunca tivesse
ocorrido, pois seu sentimento é todo dela.
28) Letra d
O texto passa uma impressão de que o autor continua ligado,
espiritualmente, à sua terra. Fisicamente, claro, ele não está lá, como se vê
no primeiro verso. Já o último verso mostra que ele permaneceu ligado a ela,
por seus sentimentos.
29) Letra b
Ao sair da terra natal e não se adaptar ao novo lugar, em virtude de sua
ligação afetiva com ela, o autor se torna confuso. Não se entenda aqui o
verbo perder (perdi-me) com o seu sentido original. A idéia é
a de não se encontrar, mentalmente, no novo espaço ocupado. Outra justificativa
seria a palavra ilusão, que por si só demonstra um estado de
confusão.
30) Letra a
Como já vimos, o autor saiu apenas fisicamente, pois
espiritualmente continuou preso à terra natal. Cuidado com a letra b. É claro
que ele gostaria de retornar, mas em momento algum essa idéia é expressa no
texto.
31) Letra d
As palavras amargura, decepção, tristeza e nostalgia pertencem
ao mesmo campo semântico. O autor sofre por não estar em seu lugar de origem, e
todas essas palavras associam-se à idéia de sofrimento. Não é o caso de
vergonha. Isoladamente, a expressão ai de mim poderia
indicar vergonha, mas o texto fala apenas do sofrimento do autor por estar
ausente, nada ele fez que pudesse envergonhá-lo.
Texto VIII
32) Letra b
Essa questão só pode ser resolvida com um conhecimento prévio,
independente do texto. O Titanic, como se sabe, era um navio que naufragou,
matando uma grande quantidade de pessoas. O autor apelou para essa imagem por
querer falar de algo que também corre perigo de se tornar um desastre.
33) Letra e
Determinismo é uma filosofia segundo a qual quando uma coisa tem
que acontecer nada pode impedir. Pode ser associada à idéia de destino, em seu
sentido mais radical. Ora, ele acredita que o curso pode ser mudado. Também
justifica a resposta o fato de as pessoas fazerem a história, ou seja, elas
podem criar e evitar determinadas situações.
34) Letra b
Conquanto e malgrado são conjunções
concessivas, sinônimas de embora. Elas criam uma oposição, o
que não ocorre no texto. Enquanto e apenas são
conjunções temporais, eqüivalendo a quando. Também não é essa
a idéia. O gabarito só pode ser a letra b, pois a palavra porquanto tem
valor de causa e corresponde a porque. Esse é o valor da
palavra afinal no texto.
35) Letra d
A opção a destoa completamente, já que o autor acredita
nas transformações. A letra b pode enganar. Observe, no
entanto, que ela garante que sempre conseguiremos, desde que tentemos. O texto
não garante que isso vá ocorrer, apenas que se deve tentar. A letra c não pode
ser a escolhida pois o autor diz para tentarmos o impossível. É lógico que, se
conseguirmos, aquilo apenas teria tido a aparência de impossível. A afirmação
da opção e não encontra nenhum apoio no texto, que não faz
distinção entre quem pode conseguir e quem não pode. A resposta só pode ser a
letra d: se não desistirmos, até o que parece impossível poderá ser alcançado.
36) Letra c
Esta questão praticamente foi comentada na anterior. Não se pode
desistir de algo, ou seja, não se pode desanimar.
Texto IX
37) Letra e
O sonho e a esperança são coisas extremamente pessoais, que existem no
mais profundo recanto de cada ser. O artista, segundo a autora, tem a
capacidade de mexer ali, com o seu trabalho. A opção a poderia
enganar alguns, já que a afirmação é indiscutível; mas não há nada no texto que
diga isso. Assim, a resposta só pode ser a letra e, pois o sonho e a esperança,
trabalhados pelo artista, estão no íntimo das pessoas.
38) Letra e
As três primeiras opções estabelecem algum tipo de comparação entre o
sonho e a esperança, coisa que não aparece no texto.
A letra d parece ser a resposta, mas apresenta um radicalismo que não se
deduz do texto, que não diz que todos sonham e têm esperança, ou mesmo que é
impossível viver sem os dois. A letra e, que é a resposta, fala da importância
que o sonho e a esperança possuem. No texto, a palavra que melhor explica esse
fato é o adjetivo essencial. Veja a associação: coisa
essencial —> importância capital.
39) Letra c
O comentário da questão anterior serve também para esta.
40) Letra d
Há muitas expressões que não pertencem à chamada língua culta, e sim à
linguagem descontraída, familiar, que todos nós empregamos em determinadas
situações. Meter a mão é uma dessas e tem, na realidade, mais
de um significado. Pode ser entendida como roubar. Por
exemplo: Ele é funcionário e, por causa disso, está metendo a mão. No texto,
assumiu o valor de pegar, tocar. Cuidado para não optar pela
letra b! A Idéia não é de intromissão, que tem valor pejorativo, mas de tocar o
sentimento de alguém.
41) Letra d
O texto não faz nenhuma menção à paz. Por isso a resposta só pode ser a
letra d. As três primeiras são evidentes. A “carência de sentimentos” da
opção e se justifica com a palavra resgatando. Resgatando
o quê? Dois sentimentos: o sonho e a esperança, que muitas pessoas perderam.
Daí a palavra carência.
42) Letra c
Esses é pronome demonstrativo, refere-se a algo que passou no texto. A
palavra tais tem o mesmo valor. Bons é
adjetivo, estaria expressando uma qualidade que não se encontra no texto. Certos,
outros e muitos são pronomes indefinidos e, da mesma
forma que bons, mudariam o sentido da frase.
Texto X
43) Letra d
Ao dizer que não aceita “prêmios de empresas ligadas a grupos
multinacionais”, o autor revela o seu amor pelo Brasil; também quando diz que
não é traidor do seu povo. A esse sentimento se dá o nome de nacionalismo.
Megalomaníaco é todo aquele que tem mania de grandeza. Narcisista é
aquele que se acha bonito e se apaixona por sua própria imagem; a palavra tem
origem na história do pastor Narciso, que, ao ver sua imagem refletida nas
águas de uma fonte, apaixonou-se por ela.
44) Letra b
Venal significa “aquele que se vende, corrupto”; veja que ele diz que não está
à venda. Pusilânime é covarde,fmprobo é desonesto.
Na realidade, aceitar o prêmio não seria uma postura desonesta, apenas ele se
sentiria como que vendido.
45) Letra b
O sentimento de nacionalismo do autor, que já comentamos, faz com que
ele ache que aceitar um prêmio desse tipo seria voltar-se contra o seu país, ou
seja, ele não estaria servindo ao Brasil, mas às multinacionais. Alguns podem
ter pensado na alternativa c. Observe, contudo, que em momento algum ele diz ou
sugere que detesta todas as empresas multinacionais. O que ele não quer é que
lhe dêem prêmio algum, apenas isso.
46) Letra a
Esse período poderia ser iniciado pela conjunção subordinativa
causai porque, ou um seu sinônimo. O fato de ele não ser
traidor nem estar à venda faz com que não receba aqueles prêmios.
47) Letra d
É uma questão que pode confundir. Note que quando alguém usa essa
expressão, ela não está necessariamente revoltada com alguma coisa, ou irada.
Também não se poderia pensar em ironia ou desprezo. Esses
sentimentos não afetam o autor ao longo do texto. Dizer “Deus me livre!” é o
mesmo que garantir que não se quer, de jeito algum, uma determinada coisa. Daí
o gabarito ser a letra d.
Texto XI
48) Letra e
“Transcorrer sem brilho” corresponde semanticamente a ser quase apagado.
Das outras opções, a única que talvez confunda o leitor é a primeira, letra a.
Acontece que o século XVII não chamou a atenção por ser meio apagado. Teria
chamado a atenção dos historiadores se tivesse sido brilhante. Veja também que
o autor diz “sem que sobre esse período se detenha a atenção dos
historiadores”.
49) Letra a
A questão dispensa comentários, já que se trata de um mero problema de
vocabulário. É só consultar um bom dicionário.
50) Letra c
Meia-luz quer dizer pouca luz. Assim, quase pagada surge no
texto como um elemento de reforço, um tanto redundante. Não se deve pensar que
se trata de uma explicação (letra d), já que elas possuem o mesmo valor
semântico. Não se pode dizer, por exemplo, a título de explicação, que um cão é
um cachorro. Não se explica nada com o seu sinônimo.
51) Letra b
A letra a é impossível pois não se diz no texto que os
historiadores detestaram o século XVII; ao contrário, esse século não chamou a
atenção deles. Nas opções c e e, existem comparações envolvendo os séculos XVI,
XVII e XVIII; o texto apenas situa, o que é uma coisa lógica, o século XVII
entre os outros dois. A opção d nos fala das coisas
interessantes da história do Rio de Janeiro; com certeza, elas existem, mas não
no texto. A resposta da questão, letra b, se justifica com o que aparece no
final do texto: “…os que se deixam fascinar pelos aspectos brilhantes da
história.”; esse “os” do trecho corresponde exatamente a certas
pessoas, da alternativa b.
Texto XII
52) Letra c
As duas opções que poderiam confundir a cabeça do leitor são a e
c. Na letra a, diz-se que o totalitarismo atrapalhou a carreira do cineasta;
acontece que ele deixou de fazer filmes. Então não apenas atrapalhou, mas
encerrou sua carreira. O texto diz que “A Fraternidade é vermelha” foi seu
último filme; foi, por causa do totalitarismo socialista.
53) Letra e
Veja os comentários da questão anterior.
54) Letra c
O sentido geral do texto leva a essa suposição. Podemos juntar duas
coisas: ele foi vítima do totalitarismo socialista, que é materialista, e
conseguiu chegar perto do conceito de Deus. O cineasta, assim, teria
desagradado por sua posição em relação a Deus.
55) Letra c ’
Fraternidade é palavra de valor positivo, lembra união,
concórdia, religiosidade etc. Ela está associada no texto à palavra vermelha, que
é usada para designar os socialistas e os comunistas e tem uma carga: emocional
negativa; em princípio, é paradoxal dizer que a fraternidade é vermelha, pois
são termos historicamente antagônicos. Redundância é um tipo
de repetição desnecessária; por exemplo: erário público (erário é dinheiro
público). Ambigüidade, também chamada de anfibologia, é duplo sentido; por
exemplo: Paulo disse ao colega que seu irmão está doente (irmão de quem?). As
outras palavras não apresentam dificuldade.
56) Letra d
O cineasta tinha declarado que aquele seria seu último filme. E foi
realmente, como se ele tivesse previsto que sua carreira seria interrompida.
Não confunda com a opção e. O fato de ele ter sido vítima do totalitarismo
socialista fez com que sua carreira se encerrasse. A possível premonição
estaria em o cineasta achar que aquele seria seu último filme, e isso realmente
ocorrer.
57) Letra c
Como vimos, a palavra vermelho tanto podia designar os
socialistas como os comunistas. No texto, por causa da menção ao totalitarismo
socialista, ela aparece ligada ao socialismo. Totalitária é
palavra que se refere a um regime de força, centralizador, qualquer um, não
apenas comunista ou socialista. Materialista é a filosofia que
prega a existência apenas do elemento material. Espiritualismo é
a crença em algo mais além da matéria e que sobrevive à morte do corpo; todas
as religiões são espiritualistas: espiritismo, catolicismo, protestantismo,
budismo, judaísmo, islamismo etc. Espiritualismo não é, portanto, sinônimo de
espiritismo, como muitos pensam.
58) Letra e
Uma vez que tem valor de causa. Porque, pois, já
que e porquanto também são conectivos causais. O
sentido mudaria radicalmente se usássemos se bem que, que tem
valor concessivo, eqüivalendo a embora.
Texto XIII
59) Letra d
A primeira oração do texto diz: “Nem todas as plantas hortícolas se dão
bem durante todo o ano…” Então, deduz-se, algumas se dão bem durante todo o
ano. O fato de o autor escrever “nem todas” elimina todas as outras opções da
questão. Convém ainda destacar que as opções a e c têm mesmo
sentido: é uma questão de palavras.
60) Letra a
A resposta se justifica com a passagem “fazer uma estruturação dos
canteiros a fim de manter-se o equilíbrio das plantações”. Na letra a isso
é dito, porém com outras palavras.
61) Letra d
Por isso é conjunção coordenativa conclusiva. Também o são: portanto,
logo, então e assim, pelo menos nesse texto, que não
teria o seu sentido alterado. A palavra porque nunca tem esse
valor de conclusão; o texto com ela ficaria sem coesão e coerência.
62) Letra e
Verduras é, segundo o texto, o nome genérico para folhas, legumes e tubérculos. A
letra a pode ser logo eliminada, já que os tubérculos são um
tipo de verdura. As opções b e c são eliminadas pois eles não
são a mesma coisa; todos são tipos de verduras, mas são tipos diferentes. Na
letra d, a palavra inclusive altera o sentido do texto, em que
aparece sejam. A letra e aponta exatamente o
que diz o final do texto: haverá eqüivale a não
faltarão.
Texto XIV
63) Letra d
O texto diz que a Bauduco está comprando a Visconti. Não interessa de
quem ela seja subsidiária. Com exceção da opção a, as demais alternativas são
absurdas.
64) Letra b
Se você observar bem, vai notar que as alternativas a e c têm
o mesmo sentido. Na realidade, elas não indicam a conseqüência da proximidade
do Natal. A conseqüência é o sigilo do negócio. A expressão em
razão de é o mesmo que por causa de, ou seja, tem
valor de causa; assim, o sigilo é mantido por causa da proximidade do Natal.
65) Letra d
A idéia do texto é que os varejistas poderiam ficar melindrados por
causa do anúncio da união, daí o sigilo mantido pelas empresas.
66) Letra e
A expressão à vista pode significar o oposto de a prazo
ou algo que está se aproximando, que já pode ser visto ou sentido. No texto, o
sentido é o segundo. A letra c, naturalmente, não tem razão de ser. A
negociação é dada no texto como certa, apenas é mantida em sigilo; não cabe,
então, a letra a como resposta. Quando se diz que alguma coisa
está à vista, ela certamente está próxima, o que invalida a opção b. A opção d
é totalmente contrária ao texto, uma vez que a negociação já está ocorrendo. O
gabarito só pode ser a letra e.
Texto XV
67) Letra e
O texto fala da morte de uma criança. Vários trechos comprovam isso: “um
anjo dorme aqui” (no túmulo), “cedo finou-se” (finar-se significa morrer),
“brincar no céu”. Talvez alguns tenham anotado a letra c; acontece que o autor
apresenta o fato sem demonstrar a sua própria tristeza: apenas mostra,
liricamente, a morte da criança. Também não se pode pensar em um possível apego
do autor pela criança; em nenhum trecho isso fica evidenciado, podendo até
tratar-se de uma criança desconhecida do autor.
68) Letra e
O autor procura suavizar a idéia da morte. Usa, por exemplo, o
verbo dormir, que transmite coisas boas, agradáveis. O próprio
verbo finar-se é mais agradável do que o amedrontador morrer. Finalmente,
todo o último verso tem essa finalidade, com força maior no verbo brincar. Trata-se
de uma figura de linguagem conhecida como eufemismo. Aprosopopéia consiste
em se personificar alguma coisa; por exemplo: a árvore ficou triste. Hipérbole é
a figura do exagero; por exemplo: estou morrendo de rir. Metonímia é
uma troca de palavras, havendo entre elas uma relação real, concreta, objetiva;
há vários tipos; por exemplo: ler Machado de Assis (autor/obra), não ter um
teto onde morar (parte/todo) etc. Sobre o pleonasmo já falamos alguma coisa, ao
comentar a questão 4.
69) Letra b
Normalmente anjo e rosa não pertencem
ao mesmo campo semântico, já que não possuem nenhum tipo de relacionamento
significativo. No entanto, no texto, ambos se referem à criança que morreu.
70) Letra d
Anjo e rosa são dois termos metafóricos referentes à criança
morta. É como se o autor dissesse: esta criança é um anjo, esta criança é uma
rosa. Esse tipo de comparação chama-se metáfora. Veja os
comentários da questão 25.Antítese é o emprego de palavras ou
expressões de sentido contrário; por exemplo: às vezes ri, às vezes chora.Personificação é
o mesmo que prosopopéia (veja comentários da questão 68).
71) Letra c
Levantar (ou alevantar, como escreveu o poeta) o véu significa
perceber bem as coisas, esclarecer-se. A pessoa com um véu no rosto não enxerga
bem. Levantando esse véu, percebe melhor as coisas. Quem morreu foi uma
criança, portanto não teve tempo de conhecer bem a vida, ou seja, não teve
tempo de levantar o véu que a sua pouca idade lhe colocava no rosto. É uma
expressão metafórica.
72) Letra b
Aurora no texto significa o começo da vida. É uma metáfora. A palavra limiar significa
o início, e somentecorresponde a apenas. Por isso o gabarito só
pode ser a letra b.
Texto XVI
73) Letra c
A resposta está presente na passagem: “…nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura”. Todas as outras características se
encontram registradas no texto: o pragmatismo —>
“excessivamente pragmáticos”; afalta de sensibilidade —> “não
têm a sensibilidade”; a tranqüilidade da vida —> “vida
fácil”; as raízes na elite do Brasil —> “vêm da elite
brasileira”
74) Letra e
O terceiro que do texto tem como antecedente o
substantivo diplomatas, que não são os do Itamaraty.
75) Letra c
Os homens do Itamaraty, segundo o autor, não têm vivência, porque
tiveram vida fácil e não lutaram contra a ditadura. Por isso mesmo não têm a
sensibilidade de outros diplomatas.
76) Letra a
Várias coisas são afirmadas acerca dos homens do Itamaraty. A
conseqüência é que eles ficaram sem sensibilidade. Poder-se-ia começar esse
último período por uma conjunção como portanto, que expressa
uma conclusão ou conseqüência.
77) Letra d
É uma questão de sinônimos. Uma coisa óbvia é uma coisa evidente, e não
necessária, real, justificada ou comprovada. Obviamente tem
como sinônimo evidentemente.
78) Letra d
Ter vida fácil, para o autor, é uma característica dos diplomatas do
Itamaraty, o que faz com que eles não tenham sensibilidade. Os outros
diplomatas conhecidos do autor são sensíveis exatamente por não terem tido vida
fácil.
Texto XVII
79) Letra d
Há três alternativas com o verbo considerar. As três
podem ser eliminadas, uma vez que o texto não diz que os historiadores
consideram alguma coisa. Esse verbo implica algum tipo de julgamento, o que não
ocorre em nenhum momento. Diz, sim, que eles notaram a ojeriza que havia pela
vida nas cidades, isso porque o Brasil-colônia era essencialmente rural. A
alternativa a é descabida. Por isso, o gabarito só pode ser a
letra d.
80) Letra b
O fato de o Brasil-colônia ser, segundo o texto, essencialmente rural leva
à conclusão lógica de que a vida do campo prevalecia sobre a da cidade.
81) Letra c
Questão de sinônimos. Não há o que discutir. Na dúvida, consulte-se o
dicionário.
82) Letra d
É importante, sempre, buscar no próprio texto os elementos necessários
para se chegar à resposta da questão. Observe que a letra e, que parece ser a
resposta, fala de um controle normativo da língua que i teria sido relaxado por
ser o Brasil uma colônia de Portugal. Há aqui uma informação que não
encontramos no texto, e nem pode ser deduzida. O que se encontra é que as
cidades, por serem simples pontos de comércio ou de festividades religiosas,
não podiam influenciar a evolução da língua. Assim sendo, as pessoas não
seguiam normas lingüísticas ao se expressarem, e a língua passou a voar com as
próprias asas. Por isso, o gabarito deve ser a letra d.
83) Letra b
Esta questão depende, um pouco, do emprego do verbo preferir. A
letra c diz que a população não tinha preferência quanto a
viver no campo ou na cidade. O texto diz que ela dava preferência à vida no
campo. As duas últimas opções também podem ser eliminadas pelo mesmo motivo: na
letra d, a preferência seria pela vida em Portugal, enquanto na letra d, pela
vida no Brasil; não há esse tipo de comparação no texto. Nas letras a e
b, o verbo preferir aparece usado em frases na ordem inversa.
Em ambas, a palavra vida está subentendida, depois do pronome
demonstrativo “a”. Colocando na ordem direta a frase da opção b, teríamos:
preferia a (vida) do campo à vida da cidade. Ou seja, gostava mais da vida do
campo do que da vida da cidade, que é exatamente o que diz o texto. Cabe aqui
uma outra observação. O objeto direto do verbo preferir é a coisa de que se
gosta mais, que se prefere. Por exemplo: prefiro o futebol ao vôlei. O futebol,
que é o objeto direto, é a coisa preferida.
Texto XVIII
84) Letra d
É uma questão de coesão textual e coerência. A segunda oração do período
inicial do texto começa pela conjunção coordenativa adversativa “mas”. Ou seja,
a segunda oração é oposta, adversa, em relação à primeira. Sempre que isso
ocorre, podemos eliminar a conjunção adversativa (mas, porém, contudo, todavia
etc.) e colocar no início da outra oração uma conjunção subordinativa
concessiva (embora, mesmo que, ainda que etc). É o que pode ser feito no texto.
Agora, veja, abaixo, um outro exemplo, mais simples. Corri muito, mas não
fiquei cansado. Embora tenha corrido muito, não fiquei cansado. Como se vê, o
sentido básico de oposição é mantido.
85) Letra e
Vejamos letra por letra. A letra a está errada pois Eduardo Andrade se
aposentará logo, ou seja, em curto prazo; como ele pertence ao grupo de vinte
grandes executivos, os outros dezenove é que se aposentarão em médio prazo. A
letra b deve ser eliminada porque o texto diz que quase todos estão nessa faixa
etária, não todos. A letra c deve ser descartada uma vez que Eduardo Andrade se
aposentará em curto prazo. A letra d não está correta pois o texto não fala da
faixa etária de Eduardo Andrade; ele pode ser um daqueles que não estão na
faixa entre 58 e 62 anos. O gabarito só pode ser a letra e, inteiramente de
acordo com o texto.
86) Letra c
A empresa se mostra previdente porque, mesmo faltando um bom tempo para
a aposentadoria da maioria de seus grandes executivos, ela já faz estudos nesse
sentido e prepara um grupo de duzentos aspirantes, dos quais sairão os
substitutos.
87) Letra d
Uma questão sutil que depende de um tempo verbal. A alternativa diz que
ele está se afastando dos negócios da empresa. Não é verdade. No texto
encontra-se o seguinte: “…deverá ir se afastando aos poucos…” Ele não está se
afastando, irá se afastar.
88) Letra d
A opção d contém erro pois a empresa pensa, e com muito
tempo de antecedência, na renovação de seu quadro de grandes executivos. A
renovação se dará com a aposentadoria de cada um.
Texto XIX
89) Letra c
Há pessoas que não sentem a ausência de outras pessoas. Entende-se por
“presença da ausência” que a ausência está presente, isto é, a pessoa sente
essa ausência. Daí se poder entender como uma ausência sentida.
90) Letra d
O autor destaca, numa linguagem metafórica, coisas boas que a saudade
traz. O não tomando a forma do sim, a escuridão passando a luzir, o sol na
solidão.
91) Letra d
Presença é antônimo de ausência, isso constitui um
antítese. Da mesma forma, não e sim. Ausência de
luz se opõe semanticamente a clarão. Que veda (que
fecha, que não deixa ver) se opõe a traz a visão. Sempre que
palavras ou expressões são opostas quanto ao sentido, diz-se que constituem
antíteses. Não há essa idéia de coisa contrária entresol e solidão, porque
solidão não é algo escuro, que se oporia à luz do sol.
92) Letra b
No texto, várias coisas ruins se transformam em boas. Por exemplo,
o não (ninguém gosta de uma negativa em determinadas
situações) que se transforma em sim.
93) Letra e
Questão bastante delicada. Aparentemente, duas opções serviriam como
resposta: c e e. A ligação da oração “mas que se guardou no
coração” é com “do que não se pode ver”: do que não se pode ver mas se guardou
no coração; então, o que está no coração é o que não se pode ver; por isso a
resposta é a letra e. Mas por que a ligação não é com a oração começada
por porque? Volte ao texto, por favor, e verifique que essa
oração (porque se deixou pra trás) pode ser retirada do texto sem que com ela
tenha que ser retirada também a oração iniciada por mas. Outra maneira de
comprovar isso é observar o emprego do pronome relativo que: do
que não se pode ver mas (do) que se guardou no coração.
Realmente, as duas orações estão ligadas diretamente.
Texto XX
94) Letra d
Um texto autobiográfico é aquele em que o autor fala de sua própria
vida, de sua própria história. É o que ocorre no texto.
95) Letra c
O autor diz que o uso vulgar é começar o livro pelo nascimento. Assim,
começar pela morte é uma coisa menos comum. Cuidado com os jogos de palavras
que às vezes as alternativas apresentam. Na opção d, temos “não começar um
livro por sua morte”, isto é, começar pelo nascimento, o que é uma coisa comum.
96) Letra b
Quando o autor diz estar em dúvida quanto a começar o livro por seu
nascimento ou sua morte, na realidade está afirmando que já morreu. Também se
pode chegar a essa conclusão quando ele se diz um defunto autor.
97) Letra e
Além de se colocar como um defunto autor, prestes a escrever sobre a
própria morte, o autor afirma que Moisés também fez isso. Então, ambos falaram
acerca de suas mortes. A resposta não deve ser a letra a, embora também seja
uma semelhança; mas é uma coisa genérica, de pouca importância para o texto,
que trata da morte do próprio autor.
98) Letra d
O autor diz que Moisés contou a sua morte no cabo, isto é, no
fim. E ele tinha agido diferente, como se vê na linha 4: “a adotar diferente
método…”
99) Letra c
No livro do autor, a morte aparecerá em primeiro lugar; Moisés fez
diferente: colocou-a no fim. E o autor afirma que a diferença entre seu livro e
o Pentateuco é exatamente essa. Assim, deduz-se, o Pentateuco foi escrito por
Moisés.
100) Letra d
Autor defunto pode ser entendido como um autor que morreu, daí
sua ligação com a palavra campa. Já defunto autorseria alguém que
morreu e que passa a atuar como autor, para o qual, como se vê na linha 6, a
campa se transformou em berço. Berço, aqui, simbolizando o início de uma nova
fase. Por isso a ligação entre defunto autor e berço.
101) Letra e
Como um defunto autor ele terá pela frente uma nova fase, em que atuará
como autor. Diferentemente do autor defunto, que não teria atividade alguma.
Texto XXI
102) Letra e
No início do texto, lê-se: “…prepara a abertura de uma fábrica no
Brasil.” Então, ainda não está instalada aqui. Logo depois, temos: “…chegou ao
país há dois anos…”. No final, é feita a citação da Cirio, cliente no Brasil.
Juntando-se tudo isso, conclui-se que a resposta é a letra e.
103) Letra e
A alternativa a está errada porque o texto fala da facilidade
logística junto ao Mercosul. A Combibloc apenas produz as embalagens para o
atomatado Malloa, por isso não procede a alternativa b. A letra c pode
confundir o candidato; na realidade, especificamente é a SIG Combibloc que
ocupa o 2º lugar mundial, a SIG é o grupo inteiro; o texto, nesse particular,
se volta para a Combibloc. Quanto à opção d, o texto diz que a Unilever está
instalada no Chile, o que não garante que seja uma empresa chilena. A resposta
se justifica com a terceira linha, pois 1 bilhão corresponde a 2/3 de 1,5
bilhão.
104) Letra b
A resposta se justifica com o trecho: “…pela facilidade logística junto
ao Mercosul.” A palavra junto é a chave da questão. A letra d,
embora pareça satisfazer, é apenas uma conseqüência disso.
105) Letra c
A que mercado se refere o texto? Ao de produção de embalagens longa
vida. Na letra c, a palavra mercado está no plural, o que
altera o sentido, uma vez que se trata apenas de um mercado.
106) Letra c
É uma questão simples de sinônimos. Não há o que discutir. Incluir não
é o mesmo que apontar.
Texto XXII
107) Letra c
A resposta se justifica com o trecho: “Dificilmente se acomodavam,
porém, ao trabalho acurado e metódico…”. A palavra-chave para a questão é o
adjetivo metódico, que pressupõe rotina, coisa de que eles não
gostavam.
108) Letra b
Questão de sinônimos. Basta consultar um dicionário para conferir. Acurado é
o mesmo que especial.
109) Letra d
Cacofonia é o som desagradável que surge na união do final de
uma palavra com o início da seguinte; por exemplo, nosso hino (suíno). Neologismo é
palavra inventada, que não consta no vocabulário oficial da língua; por
exemplo, imexível. Arcaísmo é o uso de termos antigos, em
desuso; por exemplo, usar a palavra físico com o sentido
de médico. Quanto à ambiguidade, veja os
comentários da questão 55. Em tendência espontânea temos
uma redundância, uma vez que a tendência é sempre espontânea,
ou não seria tendência. Veja mais explicações sobre redundância na questão 55.
110) Letra c
Deduz-se que se trata dos índios, em razão de suas características e por
serem chamados de antigos moradores da terra. Na realidade, é uma questão que
exige conhecimentos extratexto.
111) Letra b
Justifica-se a resposta com o trecho: “…e que pudessem exercer-se sem
regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.” Ou seja,
eles eram livres, gostavam de fazer as coisas de acordo com sua vontade, na
hora que bem entendessem. A vigilância e a fiscalização os perturbavam, pois
não gostavam de regularidade no trabalho.
Texto XXIII
112) Letra e
Quando o autor diz que “não conseguiram as bandeiras realizar jamais a
façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro”, está afirmando exatamente o
que aparece na opção e, que é uma espécie de paráfrase desse trecho. A
alternativa b é perigosa: o boi e o vaqueiro fizeram algumas
coisas que as bandeiras fizeram, como a conquista de determinadas terras, mas o
boi e o vaqueiro não fizeram as coisas ruins, como o sacrifício de indígenas.
113) Letra c
Quem catequizou os nativos foram o vaqueiro e o boi, como se vê na linha
cinco.
114) Letra e
A resposta aparece, bem clara, no trecho: “…sacrificavam indígenas aos
milhares…”. Isso é massacre, sem dúvida alguma. Observe que não há menção a
possíveis maus-tratos contra os índios; provavelmente ocorreram, mas o texto
não diz nada a respeito.
115) Letra d
Enquanto é conjunção, parte da locução enquanto que, onde
o que é expletivo. Assim é um advérbio. Elas
não têm nenhuma relação com as bandeiras ou com o boi e o
vaqueiro, muito menos indicam qualquer tipo de oposição.
116) Letra d
A palavra misteres significa tarefas, atividades,
ofícios. Não é sinônima de cuidados, cujo emprego, então,
altera radicalmente o sentido do trecho. As outras palavras são sinônimas:
catequizando, doutrinando evangelizando; nativo, indígena, aborigine,
autóctone.
117) Letra b
A questão têm uma armadilha que muitas vezes derruba o candidato. A
expressão “Com todo o aparato de suas hordas guerreiras…” é um adjunto
adverbial de concessão, ou seja, é uma oposição ao que se expressa no verbo.
Vários elementos podem iniciar esse tipo de adjunto, entre eles, não
obstante. Daí a resposta ser a letra b. Agora, veja a armadilha: mesmo também
pode ser usada no texto, sem alteração de sentido. Por que, então, a resposta
não pode ser a letra a? Porque a palavra mesmo não poderia
substituir, como pede a questão, a palavra com, mas
antecedê-la. Teríamos, assim: “Mesmo com todo o aparato de suas hordas
guerreiras…” Na letra d, a locução usada é a respeito de, com
valor semântico de assunto. Não confunda com a despeito de, que
poderia substituir a preposição com no trecho.
118) Letra a
O vocábulo aparato pode ser entendido como organização
de determinados atos públicos. A expressão hordas
guerreiras significa grupos indisciplinados ou bárbaros
voltados para a guerra. A resposta só pode ser a letra a.
Texto XXIV
119) Letra d
A oração começada pela conjunção por isso é conclusiva
e expressa uma consequência em relação ao fato de mais de 60% dos cariocas
ainda se recordarem das Casas da Banha. Daí a resposta ser a letra d. Não
poderia ser a letra c, como possa parecer, porque o texto não fala de nenhum
acordo proposto à família Velloso, apenas cita o acordo.
120) Letra c
A resposta ao item anterior se ajusta a esta questão. A chave da
compreensão é a palavra por isso.
121) Letra e
Funcionamento virtual não quer dizer sem fins lucrativos, o que invalida
a letra a. A letra b poderia ser a resposta se a preposição utilizada
fosse em, e não de: não venderão em
supermercado, o que poderia sugerir a venda virtual. As opções c e d são
facilmente descartadas; o que o trecho afirma é que as vendas serão feitas
apenas (veja a importância da palavra) virtualmente, isto é, pelo computador, e
não em lojas, como antigamente.
122) Letra b
Trata-se de uma questão de coesão textual, ou seja, as devidas ligações
que existem entre as palavras ou expressões de um texto. Na palavra ressuscitá-la, o
pronome la é objeto direto, a coisa ressuscitada, isto é, as
Casas da Banha.Daquela, uma e desaparecida referem-se
também às Casas da Banha. Então, semanticamente, estão ligadas ao pronome la. Isso
não ocorre com a palavra pesquisa.
Texto XXV
123) Letra e
O erro da primeira opção é que a GM não é empresa brasileira. A segunda
está errada porque o texto diz que a fábrica de Gravataí será usada como
piloto, ou seja, ainda vai acontecer. Na opção seguinte, o erro está na
palavra semelhante; a fábrica de Gravataí não é semelhante ao
que está sendo criado no mundo, ela será o modelo para as outras. A alternativa
seguinte não tem o menor apoio no texto, que não fala em transformação da
fábrica de Gravataí. A própria GM é que vai se transformar. A última
alternativa está de acordo com o texto.
124) Letra c
Dizer que “a Internet passará a nortear todos os negócios do grupo” não
significa que os consumidores não poderão comprar em lojas.
125) Letra a
O texto nos diz que a “Internet passará a nortear todos os negócios do
grupo”. Isso terá como partida a planta da fábrica brasileira, considerada
piloto da transformação. Então, a resposta só pode ser a letra a. Na letra d, a
palavra deveria ser totalmente, e não parcialmente, já
que a fábrica do Rio Grande do Sul será o modelo para as demais espalhadas pelo
mundo.
126) Letra d
Questão que dispensa comentários, pois se trata de sinonímia. Implementação é
o mesmo que realização.
127) Letra c
O prazo estabelecido é o ano de 2000.
Texto XXVI
128) Letra b
A locução prepositiva em virtude de introduz termo com
valor de causa. O relacionamento das conquistas com o sofrimento do povo é
exatamente de causa e efeito. O povo sofreu por causa das conquistas, pois
muita gente não voltou para casa.
129) Letra d
A metáfora existe na comparação feita entre o sal do mar e as lágrimas
do povo português. Há, pois, uma fusão entre o mar, que simboliza as
conquistas, e as lágrimas, que simbolizam o sofrimento. O poeta quer passar a
ideia de que não haveria conquistas sem o sofrimento do povo, as duas coisas
estão intimamente associadas.
130) Letra c
Apóstrofe é a figura que consiste em chamar, interpelar
alguém ou algo. Veja, como exemplo, o conhecido verso de Castro Alves: “Deus, ó
Deus, onde estás que não respondes?” em que o poeta está interpelando, chamando
Deus. Epíteto de natureza é um tipo de pleonasmo: leite
branco, gelo frio, pedra dura; isto é, por sua natureza, o leite é sempre
branco, o gelo sempre frio, a pedra sempre dura. Sinestesia é
a figura que consiste em misturar sentidos (tato, visão etc.).; por exemplo:
som colorido, mistura de audição e visão. As outras figuras já comentamos em
questões anteriores. No poema, então, além da metáfora, encontramos
uma apóstrofe (Ó mar salgado), um epíteto de natureza (mar
salgado) e uma metonímia na palavra Portugal, palavra usada no
lugar de portugueses (troca dos habitantes pelo lugar).
131) Letra c
Por causa da locução em vão, a resposta parece ser a
letra a. O verso quer dizer que, apesar das orações dos filhos, muitos pais não
regressaram. Mas o sofrimento do povo como um todo não pode ser considerado
inútil, no momento em que o país conquistou, cresceu. A resposta só pode mesmo
ser a letra c, pois, apesar das preces, muita gente perdeu seus entes queridos.
132) Letra e
O fato de se rezar em determinados momentos de aflição não significa
necessariamente fé ou religiosidade. Qualquer um, mesmo sem ser religioso, pode
orar em certos momentos da vida. É possível, assim, eliminar as
alternativas a e c. O povo português é, como
qualquer povo, inteligente. Mas nada no texto faz menção a isso.
Elimina-se, então, a alternativa b. Também seria inadequado considerá-lo
ambicioso, a partir dos elementos do texto. A resposta só pode ser mesmo a
letra e: o povo demonstra grandeza e tenacidade ao sofrer pelo progresso do
país.
133) Letra d
A resposta está, bem clara, na passagem: “Quem quer passar além do
Bojador tem que passar além da dor.”; isto é, tem que vencer a dor.
134) Letra a
Nele se refere a mar. Entenda-se: é no mar que espelhou o
céu.
Texto XXVII
135) Letra e
A resposta não pode ser a letra a porque os carros de
bois dividiam a tarefa do transporte com as tropas de muares, como se pode
constatar. A letra b contém erro pois as tropas de muares é
que surgiram no século XVIII, não havendo citação da época do aparecimento dos
carros de bois. A letra c está errada porque os carros de bois foram usados
juntamente com as tropas, e não após elas. A letra d também não está correta
porque o texto não afirma tal coisa, diz apenas que eles ligavam os núcleos de
povoamento entre si e com as roças e lavouras. O gabarito é a letra e pois o
texto fala de lamaçais e trilhas quase intransitáveis, que só as tropas e os
carros de bois poderiam vencer.
136) Letra d
Como vimos nos comentários da resposta anterior, o estado ruim dos
caminhos, por causa das chuvas (lamaçais) e do verão (ásperas trilhas),
favoreceu o uso das tropas e dos carros de bois.
137) Letra e
Os comentários das duas últimas questões se aplicam a esta. Vale
destacar, aqui, dois trechos do texto: “…foram os carros de bois e as tropas os
únicos meios de ligação…” e “De outra forma não se venceriam os obstáculos
naturais.”
138) Letra a
Questão de vocabulário. Muares, com possíveis variações
de sentido, mulos, burros, mus e bestas. Os
cavalos não têm relação com os muares.
139) Letra c
O único adjetivo que não se aplica àquele tipo de transporte é
nostálgico. Nostalgia é a melancolia causada pela saudade da pátria, segundo os
dicionários. Por extensão, melancolia causada por qualquer tipo de saudade.
Nada no texto sugere um transporte nostálgico.
Texto XXVIII
140) Letra d
O liberalismo restringe as atribuições do Estado. Locke foi o primeiro
teórico do liberalismo. Assim, deduz-se que ele achava necessário restringir as
atribuições do Estado. Mas cuidado com letra c. Ela afirma que a participação
de Locke foi apenas teórica; não é verdade, se levarmos em conta que ele foi
perseguido a ponto de precisar refugiar-se na Holanda.
141) Letra b
Se o liberalismo exprime os anseios da burguesia, segundo o primeiro
período do texto, os burgueses só poderiam ser simpáticos a ele. Eles não
poderiam ter simpatia pelo absolutismo ou pelos Stuarts, absolutistas por
excelência. Não se esqueça de que o liberalismo se opunha ao absolutismo. A
perseguição de Locke foi feita pelos absolutistas, o que invalida também a
letra d. Agora, observe a letra c: os burgueses não seriam simpáticos às
atribuições do Estado, e sim às suas restrições, conforme o final do segundo
período do texto.
142) Letra a
Deduz-se do texto que a Revolução acabou com o absolutismo, tanto é que
Locke pôde regressar da Holanda. A implantação do liberalismo foi conseqüência
imediata da queda do absolutismo.
143) Letra d
A palavra valores não é sinônima
de anseios. O texto teria o seu sentido radicalmente alterado.
Convém dizer que não há sinônimos perfeitos, em língua alguma. Sinônimos são
termos de mesmo significado ou, pelo menos, muito parecido. O enunciado fala em
alterar substancialmente, e isso ocorre, sem dúvida, na troca de anseios por valores.
144) Letra e
Essa questão já foi comentada anteriormente. É, inclusive, o tema do
texto.
145) Letra c
O texto não diz quem foi Guilherme de Orange, mas ele foi chamado “para
consolidar a nova monarquia parlamentar inglesa”. Isso só poderia ocorrer se
ele tivesse ideias liberais, pois o liberalismo estava se implantando naquele
momento.
Texto XXIX
146) Letra d
A letra a pode parecer a resposta, mas contém um erro:
as companhias de energia elétrica não se negaram a pagar os bônus. Segundo o
texto, “…os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça para poder
ter a garantia desse direito”, ou seja, as pessoas ficaram com medo de não
receber, por isso apelaram; mas o texto não diz que as companhias se negaram a
fazer o pagamento. A letra b é extremamente sutil e capciosa; não se trata de
todos os tipos de consumidores, mas apenas dos consumidores de energia
elétrica. As letras c e e não têm nenhum respaldo no texto. O gabarito só pode
ser a letra d. Veja o que o texto diz a respeito do governo: “…não contou com
tamanha solidariedade dos consumidores.”
147) Letra e
A resposta desta questão está expressa no seguinte trecho:
“Decididamente, os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça para
poder ter a garantia desse direito.”, ou seja, os bônus seriam pagos de
qualquer forma, mesmo porque o próprio presidente da República garantiu isso.
148) Letra b
A palavra-chave para responder a essa questão é permanente. Permanente é
algo que sempre ocorre.
149) Letra e
Ver os comentários da questão anterior.
150) Letra d
A resposta aparece, clara, no trecho: “Agem como se logo mais na frente
não precisassem da população…” (/. 17/18); esse “logo mais na frente” refere-se
a um futuro próximo. Eles não estão preocupados com o que virá, pensam apenas
no presente.
151) Letra c
A Câmara de Gestão defende os interesses do governo, não das companhias
de energia. O presidente não espera pagar, como afirma a opção b: o bônus,
segundo ele, será pago. A letra d também está errada, porque não foi a Câmara
de Gestão que garantiu o pagamento dos bônus, mas o presidente da República. A
letra e não encontra nenhum apoio no texto. A resposta é a letra c. Basta
reunir duas coisas: a redução do consumo de energia (1º parágrafo) e o trecho:
“…para poder ter a garantia desse direito”.
Texto XXX
152) Letra d
Se o setor automobilístico impulsiona a economia de um país, como se vê
no primeiro período, ele é de capital importância. Portanto, a economia não
pode ficar sem o setor automobilístico. Corroboram essa afirmação os números
apresentados ao longo do texto.
153) Letra c
A resposta surge, bem nítida, no trecho: “É consenso entre os
economistas…” Consenso é acordo de opiniões, e o texto não fala, em momento
algum, que se trata de economistas apenas ligados ao setor automobilístico.
154) Letra e
A letra a não satisfaz pois o texto nos informa da
importância do setor automobilístico na economia de “qualquer país”. As letras
b e c são absurdas, totalmente contrárias ao tema do texto,
que é a importância desse setor na economia. A letra d poderia
confundir, mas ela fala de sustento, ou seja, todas as despesas de um indivíduo
para que ele se mantenha; o texto diz apenas que 5 milhões dependem, em maior
ou menor grau, do setor automobilístico; depender em menor grau não pode ser
entendido como tirar o seu sustento desse setor. A resposta é a letra e porque,
como se afirma no último período do texto, 1 em cada 4 reais foi gerado no setor
automobilístico, o que quer dizer que três quartos não tiveram relação com a
indústria de automóveis.
155) Letra c
A questão se baseia na diferença de sentido entre duas expressões muito
conhecidas: a princípio e em princípio. A princípio é uma
locução que só deve ser usada com o sentido de no começo, que
é o que ocorre com a começar, no trecho destacado. Por
isso, a princípio, começando, principiando e iniciando podem
ser usadas sem prejuízo do sentido. Em princípio equivale
a em tese, teoricamente, não podendo, pois, substituir a
começar.
156) Letra a
A resposta se encontra no trecho: “Até na construção civil a presença
das rodas é enorme.” Assim, a letra b fica automaticamente eliminada. Os 216
bilhões de dólares é a quantia movimentada pelo setor automobilístico, não
apenas com os salários. A letra d é facilmente descartada. A
letra e pode parecer a resposta, mas contém erro: o que o
texto diz é que cada emprego em uma fábrica de automóveis gera outros 46
empregos indiretos, isto é, sem ligação direta com a fábrica; não se podem
somar esses números, o que daria 47.
157) Letra c
A palavra até indica inclusão. A construção civil seria mais um segmento
em que está presente o setor automobilístico. Assim, existem alguns segmentos.
Texto XXXI
158) Letra d
Os gregos antigos não conheciam o planeta Urano, que só foi descoberto
em 1781. No inicio do texto se diz que os gregos e povos ainda mais antigos
conheciam determinados planetas. A semelhança, segundo o texto, realmente
existe. A letra d é a resposta porque traz uma afirmação não contida no texto
(veja o enunciado da questão). A maneira que eles tinham de fazer a diferença
não dependia do uso de aparelhos; é, por sinal, o que afirma a opção e.
159) Letra c
No momento em que algumas coisas podem ser descobertas a olho nu, a
resposta só pode ser a letra c.
160) Letra d
A locução graças a tem valor de causa, mas também indica soma (é igual a
e); apesar de, concessão, oposição; com, modo; em, tempo. Só a preposição por,
no trecho, indica causa: por ser própria —> porque é própria.
161) Letra e
O trecho nos diz que os gregos e os povos mais antigos conheciam esses
astros. Na letra e, com o emprego da locução prepositiva através de, o sentido
se altera. A ideia passa a ser que alguém conhecia esses astros, por intermédio
dos gregos e de povos mais antigos. Muda o agente da ação verbal.
162) Letra a
O texto diz que “as estrelas não variam de posição” e que “os planetas
mudam de posição no céu”. Também afirma que “as estrelas têm uma luz…que pisca
levemente” e que “os planetas…têm um brilho fixo”.
163) Letra d
O texto diz que o primeiro planeta muito distante da Terra a ser
descoberto foi Urano. Já eram conhecidos Marte, Júpiter, Vênus, Saturno e
Mercúrio. Assim, Plutão só pode ter sido descoberto depois de Urano.
164) Letra e
A resposta se encontra no seguinte trecho: “…”as estrelas, em curtos
períodos, não variam de posição umas em relação às outras.” Se elas não variam
em curtos períodos, é que variam em períodos longos de tempo.
Texto XXXII
165) Letra c
Comparemos dois trechos do texto: “…o Rosa não mudou.” e “É claro que
houve mudanças desde sua descoberta pelos forasteiros.” . Por isso, uma pequena
contradição do autor.
166) Letra d
No primeiro parágrafo, o autor nos fala que, em meados dos anos 70, a
Praia do Rosa permanecia exclusiva de poucas famílias de pescadores. Então, ela
não despertou a atenção de surfistas e exploradores no início dos anos 70.
167) Letra b
O autor apresenta, com naturalidade, as excelências da Praia do Rosa.
Até o momento em que fala das baleias. Ele mostra uma certa admiração, quando
repete, numa interrogação, a palavra baleias. Mais admirado
fica por se tratar de uma espécie não muito comum, as baleias francas, “que
chegam a impressionantes 18 metros e até 60 toneladas”. As outras alternativas
se eliminam naturalmente.
168) Letra d
A resposta da questão se encontra claramente expressa no seguinte
trecho: “…esta região resiste intacta graças a um pacto entre moradores e donos
de pousadas.”. A locução prepositiva graças a introduz adjunto adverbial de
causa. Assim, o que ocasionou a preservação do Rosa foi o pacto, que,
inclusive, não permitiu a especulação imobiliária.
169) Letra d
A palavra mesmo que inicia o referido período tem no
trecho um valor claramente concessivo, ou seja, sua oração se opõe à oração
seguinte, que é a principal. A despeito de, não obstante, ainda
que e posto que têm, todas elas, valor concessivo. Já
a locução conjuntiva contanto que têm valor de condição. Seu
emprego, naturalmente, altera o sentido do trecho, aliás, mais do que isso,
deixa-o sem coerência.
170) Letra a
A palavra possui, num dado texto, valor denotativo quando empregada com
seu sentido normal, primitivo, real. Por exemplo, a palavra flor em
“A flor é bonita”. Tem valor conotativo, quando usada com sentido especial,
figurado. Como exemplo, a palavra flor em “Essa menina é uma
flor”. Uma menina não pode ser uma flor, se se tratar realmente do vegetal. Ela
só pode ser entendida se desdobrarmos a frase numa comparação: “Essa menina é
bonita como uma flor.” A palavra generosas, no texto, não pode
ser entendida como boas, caridosas etc. Literalmente, as ondas não podem ser
generosas.
171) Letra c
A palavra badalado é um exemplo de linguagem
descontraída, popular. Significa exatamente “muito falado”. Convém lembrar que
nem sempre é fácil distinguir a linguagem culta, seja literária, jornalística
ou outra qualquer, da linguagem dita popular ou coloquial. Um bom dicionário
pode ajudar, pois costuma fazer a distinção entre uma coisa e outra. Considere
linguagem popular, por exemplo, as gírias de um modo geral.
Texto XXXIII
172) Letra d
A resposta se encontra no primeiro período do texto. Quando percebemos
que a vida é difícil para todos, poupamo-nos da autopiedade. Cuidado com a
opção b: na realidade, nós nos dispomos a ajudar os outros quando nos livramos
da autopiedade, ou seja, quando percebemos que as outras pessoas também sofrem.
Veja o que aparece noutras linhas: “É melhor ter pena dos outros…”
173) Letra d
O texto, como um todo, fala que não devemos ficar chorando pelo caminho,
culpando o que quer que seja pelo que nos ocorre de ruim. Devemos, sim, lutar
para vencer as dificuldades, que são naturais em nossa caminhada. Observe o
trecho seguinte: “Não vale a pena perder tempo se queixando dos obstáculos que
têm de ser superados para sobreviver e para crescer.” O autor afirma que os
obstáculos têm de ser superados, e isso, naturalmente, pede esforço.
174) Letra e
A resposta está bem clara no trecho seguinte: “Ter pena de si mesmo é
uma viagem que não leva a lugar nenhum.” Autopiedade é ter pena de si mesmo e
não leva a lugar nenhum, isto é, a nada.
175) Letra b
No final do texto, encontramos o seguinte: “A questão não é receber boas
cartas, mas usar bem as que lhe foram dadas.” Usar bem as cartas é o mesmo que
saber jogar.
176) Letra d
É claro que todos esses sentimentos poderiam servir como resposta. No
entanto, só uma opção tem realmente apoio no texto. A letra d é a resposta,
como se observa no trecho: “…obstáculos que têm de ser superados para
sobreviver e para crescer.”
177) Letra e
Segundo o autor, para resolver problemas, devemos usar as nossas
melhores qualidades, que são “capacidade de amar, de tolerar e de rir”. Por
isso a resposta é amor (capacidade de amar), tolerância (capacidade
de tolerar) e alegria (capacidade de rir).
178) Letra c
Para o autor, as nossas dificuldades são uma coisa absolutamente
natural, como se vê nas linhas 5 e 6. Se elas são naturais, são inerentes ao
ser humano, não dependem de nós, portanto não as podemos evitar.
Texto XXXIV
179) Letra e
Alguns trechos sugerem essa postura do autor, principalmente o seguinte:
“Agora as leis do mercado importam mais do que as leis da ética.” As leis do
mercado, evidentemente, dizem respeito ao capitalismo. Só que – e aí está a
maior crítica – elas valem mais do que as leis da ética.
180) Letra b
A palavra-chave, aqui, é liberdade, intimamente
associada à democracia. O questionamento – e isso está bem claro – é a
quantidade de pessoas famintas, apesar da liberdade trazida pela democracia.
181) Letra e
O pronome pessoal “lhes” não tem como referente o termo “seus
governantes”, e sim “aqueles povos”. Entende-se: “Mas é negado àqueles povos o
direito de escolher…”
182) Letra d
Eles não são totalmente livres porque, como se vê no último parágrafo,
não têm o direito de escolher um sistema social que não assegure a reprodução
do capital privado
183) Letra c
Questão de sinônimo. Não há o que discutir. A palavra ressaltar significa destacar.
184) Letra c
O paradoxo pode ser entendido como uma contradição, pelo menos na
aparência. Os termos que, com base no texto, possuem essa característica
são liberdade e fome. A liberdade não deveria
contribuir para o aumento da fome, conforme coloca o autor. Aliás, o texto se
baseia nesse paradoxo, nessa contradição que se tornou uma triste realidade.
185) Letra c
A paráfrase, como já vimos, é uma reescritura em que se mantém o sentido
básico do texto. Esta questão é delicada e, com certeza, vai
enganar muitas pessoas. O problema é como entender “com o muro de Berlim”. A
tendência talvez seja achar que o autor quisesse dizer “com a queda do muro de
Berlim”, já que esse é um fato histórico que marcou a humanidade e é recente,
comparado com a sua construção. Mas aí o texto não teria lógica alguma. Na
realidade, o significado é de “com a construção do muro de Berlim”. Só assim
tem sentido o restante do trecho: “ruiu quase tudo aquilo que sinalizava um
futuro sem opressores e oprimidos”. Se fosse “com opressores”, a ideia seria
realmente de queda do muro de Berlim. A alternativa c apresenta, assim, uma
mudança de sentido absurda
ao afirmar “Com a queda do muro de Berlim”.
Texto XXXV
186) Letra d
As opções a e c apresentam o mesmo tipo de erro: a
gasolina brasileira não é sempre adulterada nos postos, pois, por amostragem,
isso ocorre apenas em quatro postos, num total de doze; da mesma forma, não se
pode afirmar que os donos de postos de gasolina adulteram a gasolina, porque
disso se entende que todos fazem tal coisa, quando essa prática só pode ser
atribuída aos inescrupulosos. A letra b não tem qualquer apoio
no texto. A letra e afirma o contrário do texto. A resposta se
encontra no seguinte trecho: “Pior: quando adicionado por especialistas, o
solvente quase não deixa pistas.”
187) Letra d
O IPT é o instituto que examina as amostras coletadas, como se vê no
trecho “…segundo o laudo do IPT…” Os repórteres, claro, não são do IPT, mas da
revista Quatro Rodas.
188) Letra e
O texto diz que a adulteração da gasolina é “indetectível em testes
simples”. Assim, a revista recorreu ao IPT para que ele, com a cromatografia,
pudesse resolver o problema. O fato de o instituto ser insuspeito não pode ser
entendido como a causa da escolha, que seria, como o texto bem coloca, a
capacidade do IPT de descobrir a adição fraudulenta de solventes à gasolina.
189) Letra b
É uma questão de sinonímia e coesão textual. Segundo é
conectivo conformativo, ficando eliminada a letra d, pois não
obstante, que equivale a apesar de, tem valor
concessivo. Com isso, no trecho destacado, tem valor de modo,
o que descarta as letras a e e; apesar disso tem
valor concessivo, e aliás, retificativo. Já que é
conectivo causai, equivalendo a uma vez que, que
aparece nas duas opções que não foram eliminadas. A palavra para tem
valor de finalidade, correspondendo a a fim de, ficando, então,
como resposta, a letra b. A palavra por, se colocada no texto,
assumiria um valor causal.
190) Letra e
Há erro na alternativa a porque os solventes só não
podem aparecer em determinadas proporções. Veja o que se encontra no final do
texto: “…quatro delas estavam adulteradas pela presença de solventes em
proporções acima das encontradas na gasolina de referência da refinaria
Replan…”. A opção b não tem qualquer respaldo no texto. A alternativa c contém
erro, porque, ao detonar o sistema de combustão, os bandidos lesam
especificamente o consumidor. A opção d é absurda. A letra e está
inteiramente de acordo com o texto. Eis o trecho que justifica a resposta:
“…uma revelação esperada…”.
191) Letra d
O texto diz que a gasolina de referência da replan contém solventes, em
proporções aceitáveis. Nesse caso, então, o solvente deixa de ser um veneno
químico. Nenhum terrorista está adulterando a gasolina: a alternativa b é
absurda. Nem todos os donos de postos são inescrupulosos; o problema da
alternativa c é, pois, a generalização.
Observe a passagem seguinte: “Com isso, esses bandidos estariam lesando
os concorrentes (porque pagam barato pelos adulterantes)…” Esta é a
justificativa de a resposta ser a letra d. A letra e não
satisfaz, já que em nenhum momento houve a desconfiança de que o problema
ocorresse em seu próprio carro, e sim nos postos de gasolina.
192) Letra a
Questão de sinonímia. Deram de equivale no texto
exatamente a começaram a. Todas as outras palavras ou
expressões alterariam o sentido do trecho.
193) Letra c
A gasolina ideal seria a da Replan porque ela apresenta solventes na
proporção adequada. Não é propriamente uma questão de poucos ou muitos
solventes, pois isso é relativo. O que conta é a proporção permitida.
Texto XXXVI
194) Letra b
O autor declara que “o otimista é um cara mal-informado”. Para ele, o
ministro afegão é otimista em crer numa invasão de turistas. Agora, juntemos
tudo isso com o trecho seguinte: “Os umbrais do atraso que FHC anuncia transpor
e os encantos turísticos do Afeganistão são boas intenções ainda distantes da
realidade.” A resposta, assim, só pode ser a letra b.
195) Letra d
O presidente FHC disse que “já vamos transpor os umbrais do atraso”.
Mais adiante o autor afirma: “Quando Maria Antonieta perguntou por que o povo
não comia bolos à falta de pão, também pensava que a monarquia havia transposto
os umbrais do atraso.” A comparação com FHC fica evidente na palavra também, no
trecho destacado. Também une as duas pessoas, FHC e Maria
Antonieta, no que toca à ideia de terem sido transpostos os umbrais do atraso.
Daí a resposta ser a letra d. A letra e poderia parecer correta, mas está
errada. Maria Antonieta não é comparada a um cara mal-informado, ela era
malinformada.
196) Letra c
Burra é uma palavra de pouco uso no português atual, com o sentido de cofre.
Erário é dinheiro público. Assim, o trecho destacado tem o sentido de cofres do
tesouro do Afeganistão. O crédito de esperança seria a possibilidade de haver,
de acordo com o otimismo do ministro Abdul Rahman, uma invasão de turistas
ávidos por conhecer Tora Bora e Candahar, o que encheria os cofres do país.
197) Letra d
Ao considerar o otimista “um cara mal-informado”, o autor se vale de uma
linguagem descontraída, coloquial. Mais precisamente no emprego da
palavra cara, com o sentido de pessoa.
198) Letra e
O texto não diz nem sugere que eles estejam descontentes com a situação
em seus países, ao contrário, uma vez que se mostram ambos otimistas. Para o
autor, eles não têm visão social, por estarem equivocados em seus pontos de
vista. O autor não os acusa de demagogos, apenas os considera mal-informados, o
que nos leva a aceitar a alternativa e como resposta. A letra d é absolutamente
inadequada em relação às idéias contidas no texto.
199) Letra d
A resposta da questão se encontra claramente colocada no trecho: “já
vamos transpor os umbrais do atraso”. A palavra já transmite nitidamente a
ideia de que o país deixará logo de ser atrasado.
200) Letra c
O autor ironiza ao dizer que o ministro afegão poderia conseguir que muita
gente visitasse as cavernas do país se contratasse um dos marqueteiros
profissionais do Brasil, que prometem até eleger um poste para a Presidência do
Brasil.
201) Letra e
Uma questão bastante sutil. Para alguns, parecerá que não há resposta.
Acontece que só o ministro Abdul Rahman supervaloriza a capacidade turística do
país; o presidente do Brasil fala em vencer o atraso, sem nenhuma citação ao
setor do turismo.
Texto XXXVII
202) Letra c
Todo o texto fala da intolerância entre os homens. Na realidade, o
fanatismo, também abordado, é uma conseqüência da falta de tolerância. O trecho
que melhor explica a preocupação do autor com a intolerância é o seguinte: “Não
há melhor antídoto contra a conduta intolerante que a liberdade…”
203) Letra b
Essa questão pede conhecimentos extratexto. O problema do Brasil, da
Argentina, de Cuba e do Peru é de ditadura. O problema da Irlanda, mais
precisamente da Irlanda do Norte, é a luta separatista envolvendo católicos e
protestantes.
204) Letra e
A resposta se encontra, explícita, na passagem: “A solidariedade e a
tolerância democrática, inexistentes no nosso tempo…”
205)Letra e
O antecedente do pronome relativo que não é a
palavra pluralidade, colocada imediatamente antes dele, como
possa parecer. Faça a substituição e você verá, pelo sentido, que o referente
é liberdade: a liberdade consiste em defender idéias próprias.
206) Letra a
Nada no texto opõe o Brasil à Argentina. São apenas citados como países
que passaram por problemas semelhantes no que toca à intolerância de seus
governos autoritários.
207) Letra d
Questão de sinonímia. Basta consultar um bom dicionário para comprovar.
O adjetivo patológico pode ser entendido como doentio,
mórbido.
208) Letra c
Realmente muitos pensam que ser livre é fazer tudo aquilo que deseja,
mas não é o que o texto nos diz. A letra a é absurda por si
mesma. As alternativas b, d e e são parecidas, todas apontam para uma conduta
egoística, que o texto procura combater. A resposta surge, clara, na passagem
que segue: “…consiste em defender idéias próprias, mas aceitando que o outro
possa ter razão.”
Texto XXXVIII
209) Letra d
Todo o texto se baseia, com muito humor, na dificuldade que tem o autor
em utilizar determinados aparelhos e objetos do mundo moderno: as torneiras de
água quente ou fria, o timer nos videocassetes, a tecla Num
Lock nos computadores.
210) Letra b
É uma questão fácil. O autor brinca com o conceito de modernidade e a
possível dificuldade dos usuários de aparelhos modernos. Ele mesmo se diz
incapaz de reconhecer coisas sabidamente simples.
211) Letra d
A hipérbole, figura de linguagem, aparece em quatro alternativas, de
maneira mais ou menos evidente. Na letra a, que talvez possa confundir o
leitor, ela se expressa na palavra nunca. Na letra d não
existe hipérbole, pois o fato de alguém não saber programar o timer não
constitui exagero algum.
212) Letra c
Com bom humor, o autor diz que, para saber usar a supertorneira, é
necessário fazer um curso de aprendizagem bastante difícil. Daí ser ela um
elemento complicador na vida dos usuários.
213) Letra c
As pessoas neuronicamente prejudicadas seriam aquelas com pouca
inteligência, entre as quais ele, brincando, se inclui, já que não consegue
fazer determinadas coisas aparentemente simples, como se vê ao longo do texto.
214) Letra d
No primeiro parágrafo do texto, o autor diz que o uso das letras Q e F
marginalizaria os analfabetos, pois eles não reconhecem as letras; afirma
também que o emprego das cores marginalizaria os daltônicos, que não conseguem
distingui-las.
215) Letra c
O Boeing aparece apenas como ilustração de uma dificuldade sentida pelo
autor. É claro que, em momento algum, ele fala na possibilidade de dirigir um
avião.
216) Letra e
O autor afirma que não consegue gravar a posição das torneiras de água
quente ou fria, entre outras coisas. É, nitidamente, um problema de memória.
217) Letra b
Questão de sinonímia. Acuidade pode, dependendo do
texto, como este que estamos analisando, significar perspicácia,
sagacidade, agudeza de espírito.
218) Letra a
Leia de novo o final do texto. Lá se diz que o autor estava confortável,
ou seja, tranqüilo, ao usar, por exemplo, o chuveiro. Aí surgem os novos tipos
de torneira.
219) Letra d
O eufemismo aparece na expressão “neuronicamente prejudicadas”, maneira
mais suave de dizer sem inteligência, ignorantes etc.
Texto XXXIX
220) Letra c
Biotecnia é a técnica da adaptação dos organismos vivos às
necessidades dos homens. Exobiologia é a ciência que estuda a
possibilidade de vida extraterrestre. Astrologia é o estudo da
influência dos astros no destino e no comportamento dos seres humanos. Ufologia é
a ciência que trata da presença na Terra de naves extraterrestres, popularmente
chamadas de discos voadores. Astronomia é a ciência que trata
da constituição, da posição relativa e dos movimentos dos astros. A resposta,
assim, só pode ser a letra c.
221) Letra d
O quarto parágrafo do texto mostra quando um astro entra na fase da
maturidade. O exemplo dado é Antares, segundo o texto, “uma amostra de como
ficará o Sol daqui a 4,5 bilhões de anos”. Ou seja, o Sol ainda não se encontra
na maturidade, porém na meia-idade.
222) Letra c
Uma questão de coesão textual. O período apresentado é formado por duas
orações, sendo que a primeira indica causa, e a segunda, conseqüência. É aquela
estrutura que se aprende em gramática: tal…que, sendo a oração do que consecutiva.
Ora, se começarmos pela segunda oração, com a eliminação desse que, a
oração seguinte será subordinada causai. A única conjunção que tem esse valor
é porque.
223) Letra e
O erro da letra e consiste em se afirmar que o aumento de calor se dá
até a morte da estrela. Veja o que se encontra no 4º parágrafo: “Seu raio chega
a aumentar 50 vezes e o calor se dilui.”. Deduzse, então, que o calor não
aumenta continuamente até a morte do astro. Chega um momento em que ele, o
calor, se dilui.
224) Letra e
Não há nenhuma informação no texto sobre Antares pertencer ou não à Via
Láctea. O que se diz é que ela pertence à constelação de Escorpião. Com base no
texto, como diz o enunciado, não se pode fazer a afirmação da letra e. Aqui, o
conhecimento extratexto do leitor não vem ao caso. É necessário que o texto o
diga. Mesmo que a opção fosse “pertence à Via Láctea”, que é a verdade, ela
continuaria a ser falsa, porque essa informação não é dada pelo autor.
225) Letra b
A resposta se encontra no último parágrafo, em especial no trecho:
“…criando um corpo celeste extremamente denso chamado pulsar, ou estrela de
nêutrons.”
226) Letra e
Como se vê no último parágrafo, o buraco negro tem maior densidade do
que a estrela de nêutrons, também chamada pulsar. As Pleiades são estrelas
jovens, o Sol está na meia-idade, e Antares, na maturidade. São diferentes, mas
são estrelas. As outras opções não oferecem maior dificuldade.
227) Letra b
As conjunções porque, mas, ou e à medida
que introduziriam, na frase, valores de, respectivamente, causa,
adversidade, alternância e proporção, alterando
totalmente o sentido dela. A ideia é de adição, seguimento,
conclusão, valores expressos pela conjunção aditiva e.
Texto XL
228) Letra d
Até por exclusão, chega-se naturalmente à opção d. As outras apresentam
sentimentos que, em nenhum momento, o autor deixa transparecer: ódio,
descontrole, apatia, medo. Na realidade, ele se mostra revoltado com a
injustiça social, com os preconceitos etc. E angustiado, em face do sofrimento
do povo brasileiro, que nada pode fazer.
229) Letra e
A maior revolta que o autor demonstra é exatamente o fato de mostrarem
aos brasileiros os fatos históricos de maneira deturpada, escondendo-se a
realidade.
230) Letra d
A alternativa diz que a história oficial, ou seja, a que é apresentada
ao povo, tende à versão do fato, e não ao fato em si. Assim, a história acaba
sendo mascarada, para enganar.
231) Letra c
Todo o texto expõe a dúvida do autor quanto à independência, que aqui
deve ser entendida de maneira mais ampla, não apenas o rompimento histórico com
Portugal. O Brasil, segundo o texto, não é independente, no momento em que o
povo continua sujeito a decisões arbitrárias de governos autoritários. Assim, o
povo não seria de todo livre. Aliás, nem os governantes, para o autor, são
livres. Leia o último período do texto, que deixa tudo bem claro.
232) Letra e
Governar a sociedade sem a participação dela é ato de ditadura, seja de
que tipo for. Opondo-se a isso, teríamos o governar com a sociedade,
característica maior da democracia.
233) Letra a
Todas as coisas desagradáveis levadas a efeito contra o povo (negros,
escravos, índios, mulheres, lavradores, operários), durante toda a história do
país, apontam para a alternativa a. Não se pode esquecer que, segundo o autor,
tudo sempre foi camuflado.
234) Letra d
A frase deve ser entendida não apenas como a dúvida quanto a que caminho
seguir, num determinado local. No contexto, ela surge como a convicção de que
ele não vai fazer as mesmas coisas erradas que muita gente faz. Quer buscar um
novo caminho no que tange às atitudes a serem tomadas na sociedade. É por isso
que a frase de Antônio Maria foi aproveitada pelo autor.
235) Letra b
Questão de significado de palavras. É inquestionável. Indelével é
o que não se pode delir, ou seja, apagar.
236) Letra d
O texto é uma crítica ao atual governo brasileiro, apesar de citar os
governos como um todo. E o enunciado da questão fala em problemas brasileiros
da atualidade. Veja o trecho seguinte: “…a pátria navega a reboque do
receituário neoliberal…” No momento em que o texto é produzido (2001), o Brasil
tem um presidente que se diz neoliberal. É um componente extratexto importante,
mas não chega a ser essencial.
237) Letra e
É um modo de mascarar a realidade. O que o autor chama de intelectuais
de aparência progressista seriam aquelas pessoas de renome, falando em
modernidade como meio de evolução social, mas que acabam transmitindo idéias
preconcebidas de maneira camuflada, de tal forma que o povo possa julgar que
tudo está como deveria ser. Mesmo porque, segundo o autor, esses intelectuais
estariam dando “um toque de modernidade aos velhos e permanentes projetos da
oligarquia”. Ou seja, nem tão modernos assim.
238) Letra c
Oligarquia é uma palavra de origem grega que pode ser assim
dividida: olig / arqu / ia. Olig significa de poucos,
arququer dizer governo e ia é um sufixo
formador de substantivo. Assim, a palavra quer dizer governo de poucas
pessoas.
239) Letra c
A escravidão dos negros é citada no trecho: “…os gritos arrancados à
chibata dos negros arrastados de além-mar…” ; a opressão dos índios, na
passagem: “…ressoam os dos índios trucidados pela empresa colonizadora…”
discriminação da mulher, no trecho: “índios, negros, mulheres, lavradores e
operários não merecem a cidadania…”; a fome do povo, na passagem: “…50 milhões
de pessoas que não dispõem de R$ 80 mensais para adquirir a cesta básica.”. Não
há nenhuma citação ou alusão ao voto-cabresto do Nordeste.
240) Letra a
A casa-grande era a casa dos senhores; os escravos ficavam na senzala. O
governo estaria na casa-grande, dominando o povo, como se este estivesse numa
senzala.
241) Letra e
Todo o texto leva à ideia de que o povo nunca teve voz ativa no país.
Sempre teve que aceitar o que lhe foi imposto. Daí a resposta ser a letra e,
pois na democracia o povo tem participação ativa.
242) Letra d
Em todo o parágrafo, sente-se esse clima de esperança. Para o autor, nem
tudo está perdido. O que melhor justifica essa resposta é a mobilização do
Grito dos Excluídos. Se as entidades, religiosas ou não, estão agindo, ainda se
pode ter alguma esperança.
Texto XLI
243) Letra d
É uma questão fácil. Todo o texto trata da discordância do autor em
relação à famosa frase do astronauta. Aliás, isso é dito logo no primeiro
período: “Ele não podia ter arrumado outra frase?” Depois, o ensaísta apresenta
os seus argumentos.
244) Letra c
A resposta está na segunda metade do primeiro parágrafo, quando diz que
a frase poderia ter sido “mais natural”, “menos pedante”, “mais útil” ou “mais
realista”.
245) Letra a
Observe que as opções b, c e d se opõem, pelo sentido, às outras duas. A
dúvida maior fica por conta das alternativas a e e. Com uma leitura atenta,
verifica-se que o autor, em nenhum instante, deixa transparecer que duvida de
que o homem tenha ido à Lua. A resposta é a letra a, porque o enunciado fala em
algo exótico, ou seja, estranho. Aconteceu, mas é estranho, decepcionante, não
encanta mais as pessoas, como a viagem de Gulliver encantava, quando de sua
publicação.
246) Letra c
A resposta está, direta e integral, no segundo período do segundo
parágrafo: “Convencionou-se que eventos solenes pedem frases solenes.”
247) Letra b
O que se afirma na opção a é descartado pelo ensaísta
quando escreve que “a posteridade guarda também frases debochadas”. O mesmo se
aplica à alternativa c. A letra d pode confundir o leitor, mas o que ela
apresenta não é a opinião do autor, como pede o enunciado, e sim uma convenção
da sociedade. A última opção não tem nenhum apoio no texto. A alternativa b,
que é a resposta, pode ser constatada no período: É a história em sua versão,
velhusca e fraudulenta,…”
248) Letra d
A questão é independente do texto. A metonímia é a troca de palavras
quando entre elas existe uma relação objetiva, real. No caso da questão, a
palavra suor está sendo usada no lugar de trabalho, ou
seja, ocorreu a troca da causa pelo efeito.